Viajar mais com livros
(Trips in Mind, Elina Luukanen. 2010)
Depois de andar a pesquisar por livros de autoras traduzidos, como contado no post anterior, ficou-me a martelar na cabeça a ideia de um ano à volta do mundo em leituras no feminino. Penso que este ano já estive em todos os continentes habitáveis, de forma muito incipiente é verdade...Algo que tem ajudado é ler short-stories. Gosto muito de contos e são uma boa forma de conhecer uma variedade de novas escritoras, além de se encontrarem com facilidade na net. Mas quando penso na imensidão do que falta conhecer sinto-me a afundar um bocadinho...
A ideia geral é que não é possível encontrar autoras em certos países, aliás a ideia é que simplesmente não existem muitas autoras em lado nenhum. E previsivelmente, quanto mais pesquiso mais percebo que nada disto corresponde à verdade. Talvez não coloquemos o Ruanda ou o Iraque no topo da produção literária feminina, mas ela existe. Conseguir de facto chegar à leitura desses livros é que pode ser complicado....Nem tudo se encontra com facilidade e o mercado pouco ajuda. Quando estava a ler Mercè Rodoreda descobri que há dois livros dela editados cá...Nem aparecem na Wook. Certo.
Outra coisa gira que descobri é que se pesquisar por Alberto Moravia na wook são me apresentados dezenas de resultados, mas se pesquisar por Elsa Morante, com quem foi casado, aparecem dois resultados. La Storia, o seu trabalho mais conhecido foi publicado...O ano passado. Está certo também. E notem que estamos a falar de autoras europeias. A verdade é que sem direcção as nossas leituras vão sempre parar às mesmas costas, aos mesmo sítios...Algo que tenho de melhorar no futuro. Agora estou entusiasmada com alguns títulos que desconhecia (outros têm sido desleixadamente deixados para trás) e estou a ler Things We Lost in the Fire, contos de Mariana Enríquez.