Pronto, já me posso queixar do ano novo. Realmente não gosto: Para começar ninguém se cala com a história das resoluções, não importa que no final acabem por não cumprir nada daquilo. É um ciclo vicioso. Depois não sou festiva. Só quero o meu sossego e o menos de confusão possível (e passas são um nojo), mas o ano novo é como o Verão: se ficamos em casa a ler ou debaixo das cobertas ficamos com a sensação de que não estamos a aproveitar a vida. Devíamos estar às cambalhotas com alguém em vez de ler romances históricos sobre pontes. Também não gosto de coisas que envolvam mudanças: não é que não queira que este ano acabe, também não quero que o outro comece...Aff. Continuo com o Vale das Bonecas, não tenho avançado nada e não é por estar a ler mais três. A Ponte Sobre o Drina foi sugerido num post anterior. Quem tem bons seguidores tem tudo.
Por muito tempo achei que comer gelado com batatas fritas era nojento. Mas ontem fui ao McDonald's e vi a luz: batatas quentes molhadas no gelado é tão, mas tão bom...Quase tanto como comer bolachas dentro do pão. Recomendações gastronómicas da semana. Também fui a uma feira de velharias. Havia rádios, máquinas registadoras, bercinhos, bonecas...Todas essas coisas que propiciam que pessoas de idade comecem a contar episódios da sua vida e que já não se encontram em mais lado nenhum. Havia uma caixa com fotos daquelas já amarelas! Também havia uma máscara de gás - por um momento tive que considerar o que seria mais estranho: se mostrar interesse na máscara ou numa pilha de velhas revistas da Playboy que estavam umas bancas mais atrás. Umas horas depois em casa descobri o que é o amor - quando gostamos de um autor a ponto de tentar ler em PDF no tablet. A sério...
Eu sei, está calor e o pessoal está contente...Mas hoje já acordei suada e não gostei. Depois de tantos posts com queixas do frio, chegou a minha vez de reclamar. Não sei se vocês costumam orientar as leituras consoante o tempo que faz - eu nunca consegui tal. Foi por isso que acabei a ler o Jogador do Dosto numa noite de Verão deitada no meu pátio e o Equador num dia de Dezembro. Há livros que são melhores para ler na praia, por exemplo. Também nunca fui boa nessas conjugações: um dia decidi meter no saco um pequeno livro sobre refugiados que li sentada à sombra. Ainda me lembro do contraste entre o texto e a calma do ambiente. Isto acontece-me amiúde: lembrar-me de onde estava, em que posição e em que estado de espírito quando li certo livro. Talvez seja um pouco deprimente que uma parte das memórias de alguém sejam: pessoa a ler qualquer coisa em qualquer lado. Mas é assim. Há aqueles livros que se lêem melhor numa certa posição, de noite e não de dia...São objectos caprichosos, pesados de tantas memórias. Se pensarmos por esta perspectiva uma estante torna-se de algo de muito íntimo. E no entanto como gostamos de as exibir!
Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.