É impressão minha ou às vezes os autores e argumentistas esforçam-se tanto para construir histórias de amor épicas que se esquecem de fazer com que as personagens se divirtam? O nosso amor é tão forte que conseguia mover montanhas - porreiro, mas podem ir lá para fora fazer um boneco de neve? Que tal uma boa sessão de Uno no sofá? Espero que nunca se separe o casal que decidiu quem ia fazer o jantar com uma luta de nerfs e cuja foto andou por aí a circular. Até na cama os personagens estão tão concentrados que se esquecem de rir. O nosso amor é tão forte que podia secar o mar...Certo, mas posso tratar de ti quando estás engripado e ranhoso? Podes ir comprar-me tampões? You make the coffee, I'll make the bed, I'll fix your lunch, and you'll fix mine...Há uma música assim. Que história romântica é essa onde as personagens não cuidam uma da outra?
Aquele momento em que estou numa parte intensa de um livro, tipo quando as personagens estão abraçadas a chorar e a trocar juras bonitas, e dá-me uma vontade bruta de rir. É espantoso como os livros românticos (em literatura romance e romântico não são a mesma coisa, nunca é demais salientar isto) vendem imenso e no entanto é tão difícil encontrar uma história de amor que preste. Há autores que puxam tanto pela lamechice e pelo cliché que é impossível ler aquilo com o mínimo de seriedade. Já se percebe porque é que ninguém me leva a ver dramas destes no cinema. Não sou cínica, atenção: não me ri com a Culpa é das Estrelas, por exemplo. Não sou muito romântica - há pessoas que têm corações de gelatina: toca-se e aquilo treme. Não consigo ser assim. Além disso tenho dificuldade em apaixonar-me por pessoas no mundo real. Estão a ver: príncipes a cavalo, véus brancos ao som do piano...Esse patátá todo. Mas quanto mais velho se fica mais difícil é fugir às perguntas dos metediços, especialmente se vocês tiveram um pipi. Com esta pressão e com estas ideias "bonitas" metidas a martelo nas nossas cabecinhas não admira que algumas fiquem neuróticas. Não é que não seja bom ter um tipo à mão para quando aparece uma aranha na parede ou quando é preciso abrir o frasco dos pickles, mas comparando as vantagens com as desvantagens...Meh.
Sou a única que acha graça aos nomes que as bloggers usam para se referirem aos namorados? Algumas só põem a primeira letra e um ponto mas outros são mesmo engraçados. Melhor que a mania de tratarem as leitoras por fofas ou queridas ainda assim...Os namorados são uma espécie de personagem mítica - parecem em mais metade dos posts, às vezes são eles o mote do próprio do blog, mas nunca os vemos. É o contrário dos animais de estimação: não há dono de cão ou gato que babosamente não publique fotos deles regularmente. Acho que às vezes ficamos a saber mais da própria relação que eles e certamente ficamos a saber de coisas que aconteceram em datas que eles não se lembram. E como nunca os vemos também não podemos conferir se a blogger está a exagerar quando descreve certos pormenores...Com excessivo detalhe por vezes. Acho muito bem que vocês vivam plenamente a vossa sexualidade mas há coisas que não sei se quero saber. Também tenho que arranjar umas entidades misteriosas para apimentar este blog - isto que de uma pessoa dizer que vai para a cama ler não dá com nada. Se ainda fosse para lá com amarras...Mas é outra mania que não curto muito. Nem de propósito acabei de ver que no Japão uma pessoa já se pode casar sozinha com direito a festa, fotos e viagem. All of the glamour, none of the relationship diz o artigo...Quando uma sucursal disto chegar cá vou me inscrever e depois meto aqui as fotos.
Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem graça * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * Blogger há uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.