Se podes ver, repara
Um dos flagelos desta era é o pessoal que comenta sem ler as coisas com atenção. No Youtube: 520 pessoas a fazerem a mesma pergunta mesmo quando a resposta está na descrição. Já ninguém tem paciência para ler textos longos ou para ver um vídeo de vários minutos seguido. Há o flagelo dos que continuam a aceder a sítios que não gostam só para se irritarem e irritarem os demais. Incluem-se aqui os que acham certos programas de TV nojentos e não sei quê, mas não perdem um episódio. Há os que ficam encravados numa frase ou palavra específica do texto. Este fenómeno está visível no meu post anterior: houve quem ficasse encravado no nome do presidente da câmara. Quando vi o post em destaque lá em baixo na página inicial do Sapo tratei logo de arregaçar as mangas e de começar a trautear o Eye Of The Tiger para o caso de surgirem comentários agressivos. E não é que surgiram mesmo? Um quarto flagelo é o das pessoas para quem a ironia passa a voar. A primeira vez que me insultaram aqui no blog foi por causa de uma notícia que comentei num tom irónico: uma pessoa não percebeu e tratou de mostrar a sua indignação. Recentemente houve aquele senhor que achou mesmo que eu gostava de cortar órgãos masculinos com um cutelo. Esta foi demais: desde daí que estou entregue ao álcool. A humanidade está a estupidificar. Há dias enquanto pensava nisto dei por mim a pegar nos talhares que já estavam no escorredor e a lavá-los de novo sem perceber.