No clube dos corações solitários
(Tirada Daqui)
Aquele momento em que estou numa parte intensa de um livro, tipo quando as personagens estão abraçadas a chorar e a trocar juras bonitas, e dá-me uma vontade bruta de rir. É espantoso como os livros românticos (em literatura romance e romântico não são a mesma coisa, nunca é demais salientar isto) vendem imenso e no entanto é tão difícil encontrar uma história de amor que preste. Há autores que puxam tanto pela lamechice e pelo cliché que é impossível ler aquilo com o mínimo de seriedade. Já se percebe porque é que ninguém me leva a ver dramas destes no cinema. Não sou cínica, atenção: não me ri com a Culpa é das Estrelas, por exemplo. Não sou muito romântica - há pessoas que têm corações de gelatina: toca-se e aquilo treme. Não consigo ser assim. Além disso tenho dificuldade em apaixonar-me por pessoas no mundo real. Estão a ver: príncipes a cavalo, véus brancos ao som do piano...Esse patátá todo. Mas quanto mais velho se fica mais difícil é fugir às perguntas dos metediços, especialmente se vocês tiveram um pipi. Com esta pressão e com estas ideias "bonitas" metidas a martelo nas nossas cabecinhas não admira que algumas fiquem neuróticas. Não é que não seja bom ter um tipo à mão para quando aparece uma aranha na parede ou quando é preciso abrir o frasco dos pickles, mas comparando as vantagens com as desvantagens...Meh.