A pior bibliófila...
Um dos mandamentos que os bibliófilos em geral seguem é o de não aproximar das páginas de um livro nenhum material de escrita...Eu no entanto sou uma pecadora impenitente: não começo uma nova leitura sem ter um lápis (ou até uma caneta) à mão. A verdade é que não acho que os meus livros devam ser tipo peças de museu, impecáveis como se tivessem sido acabadinhos de comprar...Gosto de os tornar meus por assim dizer. Quando marco uma determinada passagem o livro deixa de ser igual aos outros: incorporei nele a minha experiência fazendo uma escolha selectiva - que mais tarde pode deixar de fazer sentido. Além disso sou uma despistada: qualquer coisa escrita à parte vai acabar por desaparecer. Acho que já contei aqui a vez em que coloquei um livro no chão, esqueci-me e acabei por tropeçar nele...A sério. Claro que não os estrago de propósito, nem pensar. Também não sigo à risca esse mandamento de ler um livro por vez - sou como o chinês das 17 namoradas - embora agora só esteja a ler um. Talvez não seja muito boa ideia sublinhar se depois for preciso vender, mas quem quer os meus livros de qualquer modo...Mais razões para não prescindir do lápis:
Economia: para quê ir em busca de um papel quando se tem estas margens tão apetecíveis...
Registar factos extra como a bela estória das flores edelweiss: Elas crescem nas encostas dos Alpes e segundo as lendas austríacas (eles têm esta flor como símbolo nacional) é uma prova de amor verdadeiro quando um rapaz sobe aos Alpes para ir buscar uma flor destas para oferecer à sua amada pois o caminho é muito perigoso...Só quem ama a sério se arrisca a isso. Há pequenos detalhes que podem mudar a nossa perspectiva de uma determinada leitura.
E registar belas passagens...
[Também é por isto que os livros digitais não podem substituir os livros em papel]