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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Reflexões após uma ida á faculdade

Outro dia tive que ir a faculdade e constatei que aquilo está cada vez mais cheio de gajas. Já era uma coisa notória quando entrei á quatro anos, eu tinha aliás um professor, no terceiro ano, que nos cumprimentava sempre com um olá meninas, provocando indignação no único rapaz que costumava estar presente. No quarto ano pareceu-me haver uma regressão nesta tendência...Pelo menos nas minhas aulas de Economia havia gajos suficientes para encher duas filas de cadeiras, das cinco ou seis da sala. Mas agora está pior, ainda por cima é só gajas daquelas que vos olham de alto a baixo com ar de rainhas do Sabá...A sério gente. Eu creio que tenho muitos defeitos, mas pelo menos não sou mais falsa que uma lasanha ultracongelada...Nunca tive paciência para coisas de gaja. Talvez por isso nunca tenha tido muitas amigas..A primeira que tive foi quando já era adolescente e ela era tão maluca quanto eu. Estávamos numa turma péssima e quem quer que ali em cima coordena estas coisas achou que suportaríamos melhor a provação se estivéssemos juntas. Tinha razão. Eu não costumo atrair pessoas muito normais e pensando nisso ainda bem...Apesar desta escassez de amigas, sempre tive colegas com quem me dava amigavelmente...E vocês dizem ohh isso é impossível e eu respondo: sempre fui feiosa e marrona e eles também não era propriamente o Brad Pitt. Não havia esse género de interesse o que fazia com que as coisas corressem pacificamente. Quando andava no básico dava-me bem com dois ou três e hoje olhando para trás não consigo deixar de me rir...Éramos tão novos, mas cumpria-mos muito bem os nossos papeis: eles garantiam que ninguém me chateava ou que não me perdia e eu garantia, por exemplo, que trabalhávamos numa mesa arrumada...É que tínhamos salas com mesas de vários lugares e aquilo ao fim de meia hora já estava a maior bagunça, especialmente se fossem aulas práticas. A sério, acho que se ninguém se desse ao trabalho de arrumar nada ficaríamos soterrados e de vez em quando tinha de lembrar que havia trabalhos e livros para trazer, só para ninguém levar uma reprimenda. Nem sempre a conversa se mantinha em modos aceitaveis, mas que fazer...No entanto se houvesse drama eles acabavam sempre por me pedir desculpa mesmo que a culpa tivesse sido minha. Em última análise não aprendi a por rímel ou a andar de saltos, mas era um fartote. Mas, um dia vou-me dedicar a aprender, quando não tiver mesmo nadinha para fazer...

Aluno sofre...

Assim de repente lembro-me de ter tido uma professora que achava que a minha turma e eu por consequência éramos um bando de burros por estarmos em humanidades (uma docente de inglês, notem este pormenor...); uma que achava que tínhamos culpa dos problemas pessoais dela; uma que nos obrigava a fazer poses de ioga esquecendo-se que havia um café mesmo em frente e uma com a mania de casamenteira. Aluno ás vezes também sofre...

O circo a arder...

 

 

Quando eu andava no básico havia duas coisas que me agradavam de sobremaneira. Uma era ir para a biblioteca ler a National Geographic e a Super Interessante e acreditem aprendi mais sobre o mundo a ler estas revistas do que na maior parte das aulas. Outra era ver o circo pegar fogo. Aquele momento em que as coisas descambam e vocês estão do lado de fora a apreciar. Parece cruel, mas eu tinha uma boa razão...É que a minha turma era um bando de idiotas e de víboras e portanto era frequente acontecerem coisas do além. Eu levei algumas mordidas o que pelo menos serviu para ficar vacinada por um tempos. Na altura não teve muita graça aliás não tinha graça nenhuma ver pessoas incautas a ser trucidadas psicologicamente, mas ás vezes aconteciam coisas que tinham a sua piada.

 

Uma dessas era o facto de todos os professores frouxos da escola virem parar á minha turma. Isto percebia-se logo nas aulas de apresentação. Ao fim de uma hora de aula eu já tinha percebido se aquele professor se ia dar bem na minha turma, se se ia dar precariamente ou se não se ia dar de todo. Neste último caso, bastavam umas semanas para ficarmos mergulhados em diversas ordens de caos. Nessas alturas eu ficava o mais quieta possível no meu canto de maneira a que nunca sobrasse para mim. Quanto mais caos houvesse menos matéria dávamos o que era bom porque significava menos coisas para estudar. Olhando para trás, tenho pena daqueles professores...Nem eram más pessoas, simplesmente não conseguiam controlar quase trinta almas adolescentes juntas. Mas eu tinha treze anos e só não queria chatices para o meu lado...A bem dizer raramente vinham. Sempre fui aluna com comportamento modelo por isso podia apreciar o caos com relativa segurança. No nono ano tive uma aula em que a minha turma foi toda para a rua menos eu e mais uns sete da fila da frente...Memorável. Só não me livrei de participar no pedido de desculpas colectivo que tivemos de fazer depois disso. Não serviu de nada de qualquer modo, aliás houve um professor a quem pedimos desculpas pelo  menos umas seis vezes...

 

Mas havia um espectáculo que era melhor que todos. Era quando as víboras da minha turma se viravam umas contras as outras. Puxavam cabelos, insultavam-se...Um lindo exemplo de amizade feminina! Estas cenas costumavam chegar-me aos ouvidos por terceiras vias, mas por vezes, eu tinha a sorte de existir de camarote. Fartava-me de rir e não me arrependo. Era um pequeno prémio por aquilo que eu tinha de aturar. Já ss turmas onde fiquei a seguir era minimamente normais, não completamente livres de peçonha mas pelos menos funcionavam. De facto, aqueles três anos não foram os melhores dos tempos...Agora a sério gostar de um nadinha de caos não faz de mim uma má pessoa pois não? 

Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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