Coisas engraçadas e ao mesmo tempo um tanto absurdas
1. A Cristina foi a segunda pessoa a chamar-me a atenção para um curioso fenómeno: livros eróticos com capas fofas. A primeira pessoa foi Leitora Júnior que nas suas explorações pelas livrarias desta vida pescou de um escaparate um livro cuja capa era uma ilustração aparentemente previsível e inofensiva que mostrava uma jovem ao lado de um jogador de hóquei, não sei o título, mas ao fim de cinco páginas já estava a acontecer gostosa fornicação. A questão aqui não é essa, mas sim a discrepância entre a capa e o conteúdo - se a capa tiver gente semi-nua já sabemos o que esperar. Isto é para a pessoa não ter vergonha ao carregar o livro em público...?
2. Num dos dias em que estava a voltar da FL, devia ser uma Quinta-Feira algures entre as nove e meia e as dez da noite, dei por mim de novo com a Rádio Amália sintonizada, mas em vez de fados com letras curiosas [este Sábado no programa da RTP dedicado ao assunto ouvi um que versava sobre a angústia de um indivíduo apaixonado pela vizinha de cima e às tantas: queria ser um rouxinol para cantar debaixo dos teus lençóis. Eh lá! Por esta marotice não esperava num casto serão], estava a dar uma rubrica em que se atendiam chamadas das pessoas - que podiam ligar para falar de qualquer coisa que quisessem. A minha atenção foi primeiro captada pelo facto de o locutor ter um tom seco que dava a entender que ele estava menos em Lisboa e mais num deserto no Arizona, os ouvintes pelo contrário eram bem castiços e não esmoreciam mesmo quando admoestados por não baixarem rapidamente o som. Uma senhora ligou para dizer que há imigração a mais, outra para falar mal do Costa.
Menos polémica uma terceira não queria falar de política, queria apenas discorrer sobre o estado do tempo. Várias pessoas ligaram para mandar cumprimentos e beijinhos, uma senhora decidiu acrescentar que o seu vizinho também gosta muito de ouvir os fados - mal ela sabe que ele gosta é de ouvir a Orbital. Um profeta tinha coisas a dizer sobre o sistema prisional, nomeadamente porque é que os gandulos não são postos a construir estádios como antes. A dada altura foi dita a oblíqua frase - é que põem-nos lá dentro e depois põem-nos cá fora.
3. Encontrei isto perdido no mar de links e coisas guardadas - acho que vale a pena partilhar para todos podermos admirar a beleza comovente da poesia moderna...
3. Há dias matei uma lesma. Não é que me orgulhe disso, mas têm de perceber: é uma criatura que me repugna...
Caracóis é sem problema, coloco-os na mão e levo-os lá para fora para viverem a sua vida em paz, mas as lesmas são um ranho que com desplante decidiu tornar-se senciente, não consigo lidar. As minhas opções eram chamar alguém ou resolver o assunto (ou simplesmente ignorar e fugir). Esmaguei aquilo com um misto de pena e nojo...Felizmente nunca ninguém achou que lesmas podiam ter potencial de terror.
5. Andei a dar uma volta pelos livros não físicos que tenho para ler. Como alguns títulos já não me diziam nada tive que fazer breves pesquisas por sinopses e opiniões, algo que se revelou mais divertido do que tinha pensado, especialmente quando as pesquisas incidiam sobre os títulos de temática feminista.
As pessoas podem ter as opiniões literárias que bem quiserem, mas por exemplo sobre um pequeno livro chamado
uerer ler sobre a história das mulheres mas sem nenhuma análise de género é um pouco bizarro...
6. Não tenho nada contra aqueles segmentos um bocado aleatórios nos telejornais - sobre esplanadas, castelos, negócios centenários...Outro dia apanhei um sobre ilhas paradisíacas, mas ao contrário do que se poderia esperar a peça nada tinha para ensinar sobre o sítio ou sobre os costumes e tradições das pessoas em vez de disso parecia ser apenas focado na vida dos ricos que se mudaram para ali.
Não sei quanto a vocês mas eu acho que nenhuma cascata ou vulcão se pode comparar a uma mansão sobranceira ao mar nem qualquer flora ou fauna é alguma coisa de interessante perante uma fileira de iates. Quem quer saber da comida local quando um tipo branco está animadamente a falar da abertura do seu luxuoso restaurante. Para ser justa, devo dizer que no último episódio que vi mostraram alguém a falar sobre excesso de turismo e consequências ambientais...Durante trinta segundos até a cena mudar para um campo de golfe. Não percebo porque é que quando gracejei de modo casual sobre estas pessoas poderem ser comidas, pode haver canibais naqueles sítios sabe-se lá, ninguém riu.