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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Filmes: guerras e prisões

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2016

"The title of 13th refers to the 13th Amendment of the Constitution, which abolished slavery in the United States but whose language also allows for slavery to remain legal as a punishment for convicted criminals. In her documentary, DuVernay explores the rise of mass incarceration, how it unfairly trends towards people of color, and what the ramifications have been for communities of color across the United States"

(Tirado daqui)

 

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The Ascent 

Larisa Shepitko

1977

"Two Soviet partisans leave their starving band to get supplies from a nearby farm. The Germans have reached the farm first, so the pair must go on a journey deep into occupied territory, a voyage that will also take them deep into their souls."

(Tirado daqui)

 

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The Last Stage

Wanda Jakubowska

1948

"Martha Weiss, a Jew, is sent to Auschwitz with her family. On the first day of their arrival Martha is, by a coincidence, chosen as an interpreter but her entire family is killed. Waiting for the Red Army to deliver them from the prison camp, the film depicts Martha and her friends' struggling life (...) Shot on location and based on the true experiences of Jakubowska as a prisoner, is the first feature film about Nazi concentration camps"

(Tirado do IMDb)

O olhar dos homens e o corpo das mulheres

Há uns tempos li um livro, que já devo ter mencionado aqui, é um daqueles que reúnem biografias de várias personagens femininas mas neste caso só de artistas: Broad strokes: 15 women who made art and made history (in that order) de Bridget Quinn. Fala de pintoras e escultoras desde o barroco até artistas contemporâneas que exploram diferentes tipos de meios, os textos estão bem escritos e são ilustrados com imagens das obras. Dada a impossibilidade de falar aqui de cada uma destas mulheres incríveis, este post concentra-se num detalhe: as ocasiões em que a autora sugere que comparemos certa obra com outra semelhante de um artista.

 

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Em cima: Judith Beheading Holofernes, Caravaggio, 1599. Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma.

Em baixo: Judith Slaying Holofernes, Artemisia Gentileschi, 1620. Uffizi Gallery, Florença.

(Para uma análise de género entre estes dois quadros recomendo este artigo,

a diferença de perspectiva é impressionante)

 

Como feminista, a visão patriarcal sob as mulheres é um tema recorrente. Não é de espantar: uma vez que vocês começam a reparar neste olho não há volta a dar, ele está em todo o lado. Como expliquei em outros posts, é uma das razões porque decidi ler mais escritoras - o olhar que eu consumia era maioritariamente masculino. Não foi tão fácil como parece: podiam tentar arrancar os meus autores preferidos das minhas mãos frias e mortas, afinal eles ensinaram-me o que era boa literatura, fizeram-me chorar apenas com uma descrição de um quarto. Como vou abrir mão deles? Mas eles também me fizeram ver as mulheres pelos seus olhos - ou nem considerá-las sequer (Moby Dick é um exemplo clássico de obra sem mulheres, mas considerada literatura universal). Mas são estes os livros que são considerados essenciais.

 

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Em cima: The Artist’s Studio, Gustave Courbet, 1855. Museu de Orsay, Paris.

Em baixo: Self-Portrait with Two Pupils, Mademoiselle Marie Gabrielle Capet (1761-1818) and
Mademoiselle Carreaux de Rosemond (died 1788); Adélaïde Labille-Guiard, 1785. Metropolitan Museum of Art, Nova York.

[Em contraste com a vulnerável figura nua, o quadro de Labille-Guiard mostra uma relação de protecção entre as três mulheres: as duas estudantes, com roupa menos vistosa, estão posicionadas atrás da cadeira da pintora, ambas inclinadas na sua direcção, as cabeças encostadas e têm os braços à volta uma da outra]

 

A visão dos homens é que define que literatura é válida ou não - mais tarde haveria de perceber que o patriarcado tem diversas técnicas para impedir a produção artística das mulheres e para impedir que elas façam parte do cânone. Este olhar no cinema é brutal: são pilhas de corpos femininos predados até à exaustão. Tão normal é o olhar masculino nos filmes que nem paramos para pensar porque é que a personagem feminina está nua numa cena aleatória, porque está naquela pose, porque está o foco apontado para aquela parte do corpo dela, compactuamos com o olho que vê a mulher despida no chuveiro.

Quando vemos um filme (ou quadro ou livro) em que este olhar patriarcal foi afastado é uma catarse. A minha experiência ao ler autoras fez-me saltar por cima das listas tradicionais de melhores filmes e sem nenhum arrependimento. Ao escrever este texto veio-me logo à mente o Portrait of a Lady on Fire: uma visão queer que altera as relações patriarcais de poder, como a relação entre quem observa e quem é observado. A dada altura há uma cena de aborto, que em si mesma daria um post pelo modo transgressivo como é retratada. Depois disso uma das personagens sugere que recriem a cena para que outra, que é artista, a possa pintar.

Ao fazer isto elas reconhecem a importância do que aconteceu - e que é algo que merece ser contado. Talvez eu não tenha ido a museus que chegue mas não me parece que o aborto seja um tema popular, o que é irónico tendo em conta a quantidade de vaginas que estão à vista.

 

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Em cima: Henry Ford Hospital (La cama volando), Frida Kahlo, 1932. Museu Dolores Olmedo, Cidade do México.

Em baixo: Sem título Nº1 (Série Aborto), Paula Rego, 1998.

 

Outro filme que me veio logo à mente foi a comédia Booksmart, especialmente a cena em que as duas protagonistas se estão a arranjar para a noite das suas vidas: seria simples fazê-las meter uns vestidos sexy e siga, mas o mundo é perigoso para as mulheres e elas sabem isso então a preparação envolve treinar movimentos de auto-defesa com a ajuda de vídeos do Youtube e ter à mão o spray pimenta (que acidentalmente uma esperge para a cara da outra), além disso elas falam de masturbação e a cena íntima entre uma das protagonistas e outra rapariga é realística.

O olho patriarcal afecta profundamente o modo como as mulheres se percepcionam a si mesmas: como obsessivamente controlam a sua aparência, os seus gestos, o modo como se sentam, o que dizem (ou não dizem), o tom da voz...Vi recentemente The Love Witch, que também encaixa bem aqui, pois é uma interessante apropriação de um género bastante masculino (filmes sensacionalistas dos anos 60\70), transformado numa reflexão feminista: a bela protagonista está determinada a encontrar o homem da sua vida e por isso faz tudo para ser aquilo que eles mais desejam - a sua última fantasia como ela própria diz. 

As mulheres também acabam por adoptar um olhar masculino, avaliando-se umas às outras por essa bitola. Fiquei a pensar nisto depois de ler o livro Moda e Feminismos em Portugal de Cristina L. Duarte, uma tese que analisa os modos como estes dois temas se entrecruzam. Mulheres de várias gerações são entrevistadas, uma rapariga diz: "À minha minha desagrada-lhe muito que eu tenha pelos, é o seu olhar masculino. O meu irmão, que está cheio de pelos, não é um problema (...) o mesmo critério não é aplicado a ele."

 

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Esquerda: Timocleia Before Alexander,  gravura de Léon Davent a partir de frescos de francesco Primaticcio, 1541-1545 [ver maior]

Direita: Timoclea Kills the Captain of Alexander the Great,  Elisabetta Sirani, 1659 [ver maior]

 

Outra coisa que não tinha pensado: a própria posição em que as mulheres são retratadas mostra a sua falta de estatuto. Um ser etéreo que inspira o artista (ou o poeta) na realização da sua obra-prima e se não for isso o que é que lhe resta? Ser a figura trágica - isto fez-me lembrar o quadro de Sirani, que já tinha inserido num outro texto, mas achei interessante o contraste entre as duas peças. Ela mostra Timoclea atirando o seu violador para dentro de um poço, enquanto a maior parte das pinturas que retratam este episódio a mostram depois disso, diante de Alexandre, o Grande (e assim a história é desviada da figura feminina).

Se a mulher não estiver ajoelhada, como a pobre Inês, então é a puta, reclinada, oferecida - Judite era uma figura piedosa representando a justiça mas foi transformada num objecto sexual - é um modo de destituir a figura feminina de poder, submetendo-a a figuras masculinas superiores que decidirão o seu destino ou as usarão para a sua satisfação. É um duplo consumo em que está envolvido quem produz a obra e quem a contempla.

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Esquerda: Drama de Inês de Castro, Columbano Bordalo Pinheiro,1901-1904, Museu Militar de Lisboa [ver maior]

Direita: Olympia, Édouard Manet, 1863, Museu de Orsay, Paris [ver maior]

["The female nude had long been a staple in the repertoires of male painters, from Italian Renaissance artists to key figures in nineteenth-century French painting. Around the beginning of the twentieth century in particular, modernists like Pablo Picasso and Henri Matisse revamped the female nude for the sake of artistic experimentation (...) Their sitters were made sexually available, even defenseless; they were designed for a male viewer and his desire." - tirado daqui]

 

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Paula Modersohn-Becker: Reclining Mother and Child II, 1906 e Reclining Female Nude, 1905-1906 [ver maior]

[Paula foi a primeira artista na História ocidental a pintar um auto-retrato nu. E muito provavelmente uma das primeiras a retratar outras mulheres deste modo, seguindo a tradição do nu reclinado ao mesmo tempo que o libertava da carga erótica masculina. A mãe, grande e com os pelos púbicos expostos, e o(a) bebé olham-se indiferentes a quem observa - "They do offer sensuality, but it’s one of food and touch and warmth and animal love. For each other" - quebra também a imagem da sofrida virgem que amamenta um inevitável menino.]

 

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Paula Modersohn-Becker: Self-Portrait with Amber Necklace II, 1906.

 

Incorporamos este olhar com tanta facilidade - sofremos com a violência patriarcal e simultaneamente somos ensinadas a reproduzi-la. Estas galerias cheias de santas e putas, listas de livros só com nomes de autores e a sucessão interminável de películas (e sagas) tão clichés e falocêntricas...Tudo isto constitui uma fábrica de desejos masculinos mostrando aos espectadores o tipo de homem que eles devem almejar ser, o tipo de homem a "sério" em que se podem projectar e por arrasto mostram como eles devem olhar e tratar as mulheres - quem pode negar que os valorosos marinheiros mereciam foder à tripa forra com as ninfas? Sê um herói e no fim ficas com o troféu. E para se manter a ilusão de superioridade, as mulheres nestes quadros devem permanecer como estão: passivas.

Quão triste isto é, para todos...Não me interessa debater sobre se há uma escrita feminina ou não, tenho lido tantas coisas diferentes. O ponto é: a importância de reconhecer a existência de uma visão masculina, branca e heterossexual que é predominante, os efeitos disso, como podemos identificá-la (felizmente hoje em dia já se encontram muitos artigos que explicam o fenómeno da male gaze e como identificar isso no cinema, por exemplo) e procurar outras vozes, as histórias que estão na priferia e que precisam de ser trazidas para o centro.

O coração dorido da feminista

(e formas de amar na realeza)

- Uma pessoa sabe que cresceu quando se pergunta onde estão os pais da Masha. Eles deixaram-na ali naquela casa na floresta com um urso? Tendo em conta que a garota é um bocado psicótica pode ser que eles estejam enterrados ali algures...Também não dedicamos tempo suficiente a discutir como é que o pai da Porquinha Peppa guia aquele carro quase na vertical colina acima. Há uns tempos num episódio a Peppa vai numa visita de estudo ao zoo - eles são todos animais, mas vão ver outros animais iguais? O meu cérebro ia explodindo. 

*

- Uma das razões para não ter filhos é não ter de levar com os danados dos anúncios a brinquedos, a cada ano reparo que esses anúncios parecem parados no tempo como o do ferrero...Mas enquanto todos sentimos um quentinho quando vemos o Ambrósio e a senhora, os de brinquedos parecem vir directamente dos anos 50 e são tudo menos inofensivos. Até as transições são brutais, uma seta apontada ao meu coração feminista, um anúncio a super-heróis logo seguido de um a nenucos. E é impressão minha ou estes bonecos estão cada vez mais complicados? dar-lhes o biberão, mudar a fralda, fazê-los parar de chorar, triturar a sopa...Que distopia é esta?

*

- Num post anterior disse que não tinha particular interesse num bastante famoso episódio histórico, considerado o suprassumo do amor. Pode parecer que tenho um coração de gelo então lembrei-me de uma história que me interessa mais - a de Pedro e Estefânia. É uma história que aterra no lado oposto do espectro, mas eu sou do contra já se sabe.

É mais ou menos assim: Maria da Glória que é como quem diz Dona Maria II tinha-se ido à conta de um parto mal sucedido em 1853, deixando o seu filho mais velho com apenas 16 anos. Dois anos depois D. Pedro V era oficialmente aclamado rei. Com uma personalidade séria e puritana, as mulheres da corte aborreciam-no e também não tinha grande interesse em casar. Depois de uma primeira tentativa de enlace que não deu em nada, o caso estava bicudo. Até que chegou uma sugestão da rainha Victória [de Inglaterra]: e que tal uma princesa prussiana chamada Estefânia Josefa?

 

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Estefânia tinha a mesma idade e o mesmo feitio reservado, além disso era também uma mulher culta, com reconhecida vocação menos para a extravagância e mais para o estudo e para a caridade, estando assim em consonância com as ideias liberais do monarca português e com a sua preocupação para com os pobres e os doentes - por esta altura Lisboa enfrentava duras crises de cólera e febre amarela mas o rei em vez de sair da cidade percorria os hospitais, demorando-se à cabeceira dos doentes - o povo tinha-lhe grande afeição. Também o preocupava o quanto o país era atrasado. 

É bastante provável que as virtudes do rei tenham atravessado as fronteiras e chegado aos ouvidos da princesa, ajudando à sua decisão. No dia 17 de Maio de 1858 Estefânia chegava de corveta à barra do Tejo. E é assim que ela descreve a primeira vez que se viram -"Não dissemos nada, demos as mãos, ele beijou-me na testa, eu chorei, ele tinha lágrimas nos olhos, ficámos a olhar-nos por muito tempo, sem nada dizer, mas compreendemo-nos.”  Nos festejos do casamento algo fez o povo pressagiar tragédia: um dos diamantes da tiara que a rainha trazia (uma jóia com umas impressionantes quatro mil pedras preciosas que ofuscavam o olhar divido à incidência do sol), fez-lhe um corte na testa e o véu ficou manchado de sangue. O presságio não estava errado: a união duraria uns escassos catorze meses. 

 

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(D. Pedro V e D. Estefânia com outros membros da Casa Real em Sintra, 1858)

 

Mas foram catorze meses felizes: Pedro aproveitava todo o tempo livre para estar com Estefânia, correspondiam-se quando tinham de se separar mesmo que a separação fosse só por uns dias (“Nós somos dois adolescentes. Quando Pedro saiu para caçar durante três dias, trocámos correspondência, escrevendo quatro cartas cada um”) e eram frequentemente vistos a passear de mão dada.

Entretanto nunca mais vinha era o esperado herdeiro. Quão insólito isto deve ter parecido, que neste departamento nada se passasse...Não é de crer que a rainha tenha ficado ressentida com a falta de interesse da sua metade, ela que achava que o hábito de os esposos dormirem juntos não era muito agradável. E ele que escreveria que a natureza de Estefânia "era perfeita demais para o nosso mundo". Bem podia a corte esperar sentada para não criar raízes, este enlace não estava destinado a ser carnal. 

Depois de uma visita ao Alentejo para a inauguração de um troço do caminho de ferro a rainha ficou doente com difteria; Pedro permaneceu dois dias inteiros à sua cabeceira mas não havia nada a fazer e Estefânia acabou por falecer aos 22 anos. Os médicos da casa real durante a autópsia confirmaram que ela estava intocada - quão insólito isto parece ainda hoje que quando se pesquisa este é o primeiro detalhe que surge...Dois anos depois em 1861 falecia o rei vítima de febre tifóide contraída por ter bebido água contaminada durante uma caçada. 

De certo modo o herdeiro que acabaram por ter foi um hospital. Eles fundaram várias instituições de caridade juntos - um dia, desagradada com o que viu no Hospital de São José a rainha tirou dinheiro do seu dote para financiar uma enfermaria. E o seu último desejo era que fosse construido um novo e moderno hospital pediátrico. O rei começou o projecto que viria a ser acabado no reinado seguinte, mais tarde receberia o nome de Dona Estefânia. 

*

Recentemente no Joker vi que um concorrente errou numa pergunta porque não sabia quem foi Maria bárbara. Isto é o que dá não ler os livros obrigatórios na escola, senão saberia que foi por causa de Maria Bárbara - cara de lua cheia, bexigosa, mas musical a quanto pode chegar uma princesa [na verdade, além de tocar ela chegou a compor para orquestra] - que se construiu um convento em Mafra e que ela nunca chegaria a vê-lo terminado. Um detalhe interessante é que, mesmo podendo faltar certos atractivos físicos à primogénita do Magnânimo, o seu casamento com Fernando VI de Espanha foi feliz, unido também no amor pelas artes, especialmente pela música. Quando ela faleceu em 1758 o rei, que já era de tendência melancólica, ficou tão devastado que se finaria um ano depois. 

 

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- Acabei Dias de Abandono da Elena Ferrante, a história gira em torno da desintegração psicológica de uma mulher que é abandonada pelo marido após 15 anos de um casamento aparentemente sem problemas. Tem alguns bons momentos, mas no geral não gostei tanto quanto estava à espera. Agora vou pegar num livro da Teresa Veiga. Outra autora misteriosa, nem tinha reparado na coincidência.

 

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Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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