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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

The Future is Female

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(Tirado daqui)

 

Últimas leituras:

 

Pomar das Almas Perdidas, Nadifa Mohamed: um livro duro passado à beira do começo da guerra civil na Somália (1991-) que se centra em três personagens de diferentes proveniências - uma viúva que tragicamente perdeu a sua única filha, uma militar zelosa e uma rapariga órfã deixada num campo de refugiados, e em como as suas vidas se cruzam mudando para sempre. 

 

I, Tituba, Black Witch of Salem, Maryse Condé (Guadalupe): recriação dos famosos acontecimentos de salem mas da perspectiva de uma personagem frequentemente esquecida: uma mulher negra chamada Tituba, escrava na casa de um reverendo puritano na vila de Salem. Quando as duas filhas e uma sobrinha do reverendo começam a comportar-se como se estivessem possuídas, Tituba é a primeira mulher a ser acusada de bruxaria. Mais tarde beneficia de um perdão e é solta nada mais se sabendo sobre ela. Maryse faz Tituba ganhar vida ao mesmo tempo que aborda os temas do racismo, misoginia e intolerância.

 

Corpos celestesJokha Alharthi: história centrada numa família que vive em al-Awafi, uma aldeia no omã, especialmente em três irmãs - Asma casada com um poeta egocêntrico, Mayya uma rapariga quieta e com jeito para a costura que casa com um homem que não é aquele que secretamente ama e Khawla que rejeita todas as propostas porque está à espera que o seu amado regresse do Canadá. As suas vidas e os seus desgostos bem como a vida de outras pessoas à volta desenrolam-se ao longo dos anos tendo as mudanças políticas e sociais do país como pano de fundo. Um livro muito rico e um tanto desafiante ao início pois a narrativa não é linear, mas vale a pena o esforço.

 

Aya De Yopougon vol. 1, escrita de Marguerite Abouet (Costa do Marfim): Banda desenhada sobre uma rapariga de dezanove anos chamada Aya, séria e estudiosa com o sonho de se tornar médica apesar de objecções alheias, também é sobre as suas amigas festivaleiras e a vida em Yopougon, ou Yop City para parecer como num filme americano, um bairro em Abidjan no final do anos setenta. Tem um tom leve e divertido.

 

Oksana, Behave!, Maria Kuznetsova (Ucrânia): história de uma rapariga chamada Oksana que se muda com a família de Kiev para a Florida e que vamos acompanhando ao longo da vida, pareceu-me interessante mas acabei por não gostar - achei superficial e aborrecido mas o principal problema é que a nossa personagem é super tóxica e insensível e tem o mesmo carisma que um limão seco. 

 

Rumo a Casa, Yaa Gyasi: saga familiar que começa no século XVIII na Costa do Ouro com duas irmãs nascidas da mesma mãe mas em aldeias diferentes e cujo destino é também diferente - Effia é vendida em casamento a um inglês comerciante de escravos e passa a viver num castelo junto ao oceano, sem saber que nas masmorras desse castelo está presa a sua irmã Esi, pronta a ser enviada para América. A seguir acompanhamos os seus descendentes em ambos os lados, América e Gana, até aos dias de hoje.

 

Tantos países, tão pouco tempo

Estava a pensar guardar a resposta à pergunta: será que existem autoras suficientes para se fazer uma volta ao mundo em livros? - para quando chegar a altura de fazer o balanço do desafio, mas acho que já posso adiantar uma pista. Dado o ambiente patriarcal onde crescemos, o primeiro impulso talvez seja responder à pergunta com um não. Mas como em tudo o resto, também aqui o patriarcado está errado e a prova é o quão assoberbada estou neste momento pelo que ainda tenho por ler. Penso que a lista está a diminuir e fico contente. Mas logo a seguir descubro que, por exemplo, tenho uns cinco livros de autoras das Caraíbas ainda por ler.

 

too-many-books-so-little-time.gif (363×204 | Book quotes, Books, Reading

 

Também acabo de verificar que certos livros que tenho em espera são enormes - trezentas páginas ou mais num ecrã é duro. Tenho pena de deixá-los de fora. (quatro títulos de autoras africanas estão nesta situação...Chateada). E é preciso contar com os novos em papel que trouxe da Feira do Livro, sem dúvida teria dado jeito se ela tivesse acontecido um bocadinho mais cedo (digamos que encontrar autoras de países diversos na FL não foi assim tão difícil...). E não é meramente uma questão de preencher espaços num mapa - é que são tudo leituras que me parecem realmente interessantes e me entusiasmam. Pois a ideia de que para lermos coisas que não tenham sido escritas por homens brancos temos de abdicar da qualidade - não. Mas é que nem pensar.

The Silences of the Palace

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Samt El Qusur

Moufida Tlatli 

1994 

 

"Set in 1960s Tunisia as the country is emerging from the yoke of colonialism, this film focuses on Alia, a singer who visits the palace where her mother, Khedija, was once employed. The journey triggers unpleasant recollections about the way her mother was treated by male members of the privileged class. In a series of flashbacks, Alia looks back on her adolescent self  and begins to piece together key details about her murky family history."

(Sinopse tirada daqui)

 

Pág. 2/2

Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem graça * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * Blogger há uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita

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