Dado o nível de intimidade que temos neste blog, posso perfeitamente contar o que estava a fazer ontem de madrugada em vez de dormir: estava a acabar os apontamentos do Uma Vindicação dos Direitos da Mulher enquanto papava um sanduíche com queijo e fiambre e ouvia o Maluco beleza. Ainda foram umas quinze páginas de apontamentos - não sou nenhum génio ou versada em literatura é claro, anoto o que me parece importante e para ordenar os pensamentos. Há livros (sejam de ficção ou não) em que tem de ser assim. Nem tudo na vida é um page-turner que tem de ser acabado em duas noites para se saltar logo para outro. Estou a fazer mesmo para o Orlando [da Virginia Woolf], não tinha planeado mas assim que terminei as primeiras páginas pensei: rápido, preciso de papel e caneta. Não deve demorar muito. Ok, vou parar de falar do que li ou do que estou a ler.
“ Quando Sara se virou para nós (...) Tinha a boca, o nariz, o queixo e ambas as mãos cheias de sangue. Sorriu envergonhada, a sua boca gigante arqueou-se e abriu-se, e os seus dentes encarnados obrigaram-me a levantar-me de um salto. ”
[Pájaros en la Boca; Samanta Schweblin; 2009; Apreciação: gostei]
[Women in Science: 50 Fearless Pioneers Who Changed the World; Rachel Ignotofsky; 2016; Apreciação: fantástico para todas as idades]
Aproveito a ideia deste post para falar sobre oferecer livros: quem é que não ama? Mas surpresas e embrulhos não são coisas de que faça questão. Pode ser giro quando a pessoa acha que aquele livro é a nossa cara ou apanha uma dica, mas corre-se o risco de o livro acabar abandonado na estante ou ter de se gastar uma viagem para o ir trocar - se bem que também pode servir de desculpa: não é que goste disso, foi prenda(é o que eu digo do Crepúsculo, embora só o primeiro é que tenha sido). Podem verbalizar à minha frente que pretendem oferecer-me uma obra que prontamente disponibilizo a lista ou ligarem-me de dentro da livraria a perguntar o quero. E sim, já pedi para embrulhar livros para oferecer a mim própria. Coisas feitas de surpresa desafiam as minhas competências sociais, que é coisa com que não nasci muito dotada, e dão-me ansiedade - é algo que tenho em excesso. Consigo perceber a ideia de oferecer uma viagem surpresa, por exemplo, mas não quero. Passei um mês a falar e a planear a minha ida à FL e aquilo fica-me a um quase nada de distância. A maior prova de amor é largarem-me na livraria com a frase escolhe o que quiseres. Ambas as partes ficam a ganhar (vou escolher o mais caro) E depois podemos ir comer cheesecake! Sou fácil de contentar.
Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!
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