Ler autoras - desistências e dor
A demanda continua. Com alguns tropeções. Desisti de A Casa Redonda (Louise Erdrich). Era um livro que me interessava por falar de questões indígenas. É preciso um esforço extra para não acabar sempre a ler autoras americanas brancas ou europeias. Mas não estava a gostar muito da história. Também desisti de um romance histórico: falava de duas mulheres que foram decisivas na guerra dos cem anos. Uma ideia excelente, mas não gostei do estilo de escrita da autora. Ela esforça-se muito para provar que não era possível Joana ouvir vozes. Vê-se logo que a autora não é portuguesa. Mas não tremam os vossos corações! Porque acabei o Norte e Sul. Tão, mas tão bom. Fez as minhas veias literárias encherem-se de felicidade. Que grande personagem feminina temos ali. Agora uma das coisas que estou a ler é a Vida Invisível de Eurídice Gusmão - romance de estreia de uma escritora chamada Martha Batalha. É um livro sobre o que podia ter sido: Eurídice podia ter sido médica ou engenheira mas acabou condenada a ser apenas uma dona de casa na Tijuca. Óptimo livro até agora, embora doa de ler. Quando começamos a ler sobre mulheres sabemos que às vezes vai doer, o estômago vai ficar embrulhado com a raiva, mas é a nossa história (e o nosso presente) e não devo me furtar a isso.