Aquele momento em que estou numa parte intensa de um livro, tipo quando as personagens estão abraçadas a chorar e a trocar juras bonitas, e dá-me uma vontade bruta de rir. É espantoso como os livros românticos (em literatura romance e romântico não são a mesma coisa, nunca é demais salientar isto) vendem imenso e no entanto é tão difícil encontrar uma história de amor que preste. Há autores que puxam tanto pela lamechice e pelo cliché que é impossível ler aquilo com o mínimo de seriedade. Já se percebe porque é que ninguém me leva a ver dramas destes no cinema. Não sou cínica, atenção: não me ri com a Culpa é das Estrelas, por exemplo. Não sou muito romântica - há pessoas que têm corações de gelatina: toca-se e aquilo treme. Não consigo ser assim. Além disso tenho dificuldade em apaixonar-me por pessoas no mundo real. Estão a ver: príncipes a cavalo, véus brancos ao som do piano...Esse patátá todo. Mas quanto mais velho se fica mais difícil é fugir às perguntas dos metediços, especialmente se vocês tiveram um pipi. Com esta pressão e com estas ideias "bonitas" metidas a martelo nas nossas cabecinhas não admira que algumas fiquem neuróticas. Não é que não seja bom ter um tipo à mão para quando aparece uma aranha na parede ou quando é preciso abrir o frasco dos pickles, mas comparando as vantagens com as desvantagens...Meh.
Sou a única que não vê utilidade em artigos com dicas para ler mais depressa? Não creio que a maioria das pessoas que tem blogs literários viva disso, logo não têm prazos para cumprir...Ninguém vos vai colocar umas orelhas de burro se demorarem quinze dias a ler o mesmo livro, nem recebem um prémio por despachá-lo em três horas. Além disso nem todos os títulos se prestam a isso. Claro que se pode ler a Anna Karenina em dois dias: mas se estão a ler pela primeira vez uma das melhores obras de sempre, vale a pena esperar um pouco e deixar que essa sensação maravilhosa vos invada. Ficar de ressaca por causa de uma leitura pode parecer ridículo, mas às vezes não dá para evitar e pode ser mesmo necessário para digerir o que leram. Na semana a seguir logo começam algo novo. Já passei semanas com o mesmo livro e já li alguns num dia só - depende do livro e das circunstâncias. Acho que cada um deve ter o seu ritmo, sem andar a fazer contas ao número de palavras que lê por minuto. Encontrei um artigo que cita o exemplo de uma pessoa que lê mais de uma centena de livros por ano e de outra que lê vários por dia. Será que conseguem criar alguma ligação pessoal com o que leram? Ou lembram-se da história um mês depois? Parece que faz bem aprender a memorizar capítulos e livros inteiros...bem, eu fiz isso com os meus livros de História do 12º: porque a minha professora disse que não era possível e eu sou teimosa. Mas não vou decorar toda a obra do Tolstoi.
Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!
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