Aqui está um tema que para muita gente continua a ser um terror. Quando ando a pesquisar encontro tantas ideias associadas ao feminismo que não me parecem correctas...Nem sei como é que continuam a ser passadas havendo informação esclarecedora disponível. juntei algumas num top. Vamos lá:
1ª. Feministas são extremistas: andam de cutelo na mala prontas a castrar homens indefesos porque os odeiam a todos. Andar com um cutelo pode até dar jeito, mas para castrar indivíduos parece-me um consumo de tempo e um nojo. Já viram como é difícil tirar o sangue das unhas? Com franqueza.
2ª.O feminismo ensina as mulheres a serem desavergonhadas:porque elas não casam nem têm filhos. Mas vocês podem escolher ter filhos, ficar em casa com eles e serem feministas. Não acho que seja mau ensinar as meninas a gostarem de si mesmas, a assumirem o controlo e a expressarem-se da maneira que querem. Vai haver sempre alguém a sentir a sua posição ameaçada...
3ª. Não usam vestidos: ou seja - têm de abdicar de serem femininas. Para começar o conceito de ser feminina foi em grande parte construído pela sociedade patriarcal: ser meiga, doce, discreta...E de qualquer modo usar calças, vestidos ou um monóculo é uma questão pessoal. Podem continuar a defender a igualdade mesmo com saltos altos.
4ª. Não depilam as pernas: a questão aqui é a necessidade de entender o corpo feminino como uma coisa natural. Esta é outra construção tipicamente patriarcal: mulheres limpinhas e puras, sem marcas. Mas nós suamos e sangramos e é extremamente prejudicial criar tabus à volta disso ou perpetuar a ideia que o corpo de uma mulher é nojento. O resto é de novo uma questão meramente pessoal.
5ª. O feminismo é inútil: muita gente diz coisas como - feminismo é uma palavra feia, prefiro dizer que defendo a igualdade. Ou perguntam - se o feminismo defende todos não devia ter outro nome? Porque o movimento foi criado por mulheres para lutarem pelos seus direitos. Nada caiu no colo: foi preciso muito esforço e sangue derramado. Acho que conquistámos o direito a ter algo chamado assim. Além disso não podemos correr o risco de as conquistas femininas serem obliteradas ou "sequestradas" Coisas do tipo: direito de voto porque foram os homens que lhes deram. E ainda persistem muitas situações sobre as quais é preciso falar, mesmo em países desenvolvidos.
A propósito do amor de grande parte dos amantes de livros por listas encontrei umas engraçadas no blog ler por aí - dá para marcar que já lemos e ver o resultado. 99 Classic Books Challenge e o meu resultado - 32; um que diz: BBC Believes You Only Read 6 of These Books...Não sei porque é que eles achariam tal, mas o meu resultado também coitado - 25\100, a lista da Rory Gilmore e daí já li 46...Tudo bem que aquilo tem 339 títulos. Convém dizer que algumas coisas ainda não li porque ainda não encontrei simplesmente. Mas a pressão: tenho de ler estes 100 livros antes de morrer senão o quê? 100 cervejas que deve beber, 100 sítios que deve visitar, 100 sítios onde deve fazer amor...Tenho de arranjar um tipo primeiro! Se calhar é melhor ir aos tais lugares fazer lá amor e beber as cervejas para poupar o tempo. Dá sempre a sensação que não estamos a aproveitar mesmo a vida...Quem segue blogs literários também pode sofrer pressão. Uma pessoa fica contente por ler 15 livros num ano e depois vê pessoal que lê 250. A tentação de querer ler mais e de querer ler títulos da moda. Ou sucumbe e acabam por ler ou ficam enjoados e perdem a vontade. Queremos ler tudo na maior quantidade possível, então se tivermos muitos acumulados...Até não tenho assim tantos.
(Paula Bulczynska. Fotografia de Alessandro Casagrande)
Há semanas assim: estive constipada, uma coisa irritante que ainda me conseguiu deixar de molho. Além disso as minhas hormonas decidiram revoltar-se contra mim...Apetecia-me strudel de maçã com gelado de baunilha e não tinha ninguém para ir comprar. Podia ir eu mesma, mas mandar é mais giro claro. A chuva calhou bem e já acabei o Persuasão. Tão bom que pensar nele dá-me vontade de chorar. Desde as personagens até à escrita cheia de ironia subtil e de sabedoria. É impossível não amar não apenas as tiradas sobre os direitos femininos, mas como ela transformou uma personagem sem valor aparente (solteira quase aos trinta anos) num exemplo de maturidade e bom senso. Tenho mais dois livros dela na estante e acho que são os únicos que me faltam ler: Sense and Sensibility e Mansfield Park. Acho que Anne Elliot é neste momento a minha personagem feminina preferida, no que à Austen diz respeito. Em termos masculinos continuo a preferir o da Emma: devo ter casado com ele umas duas ou três vezes enquanto lia. Bons tempos...Agora tenho mais dois para acabar: um histórico e um policial. Talvez hoje adiante algum deles numa nova sessão de leitura no quentinho.
Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!
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