Aprender e Sofrer
Há uns tempos encontrei um artigo que dizia que o ensino das artes devia ter maior importância nos primeiros anos de formação escolar. Achei muito interessante e ao ver esta imagem lembrei-me dele. Em vez de esmagar a criançada com verbos e aritmética se calhar podiam ajudá-las a desenvolver mais a criatividade (o pensar fora da caixa) e a imaginação bem como dar maior enfoque aos valores humanos. Obviamente que os tempos verbais são importantes, mas isso adianta pouco se não houver o resto...Estamos a criar seres humanos ou máquinas? O nível de desumanização deste tipo de sistema de ensino é muito grande, creio que já escrevi aqui sobre isso: atira-se a criança para o meio de outras trinta, para aprender da mesma maneira as mesmíssimas coisas e com avaliações padronizadas. Se ninguém diz à menina Carlota para olhar para o céu e dizer que coisas lhe lembram as nuvens enquanto tem seis anos, vão dizer quando? Claro que isto é uma mariquice, aliás como o próprio acto de pensar em si...E quem disse que o ensino pode ser divertido? Toma lá mais uma lista com o nome dos sólidos e agora decora! Se eu fosse o porquê ia queixar-me de ser tão poucas vezes perguntado. Qualquer médico ou mesmo pessoa comum dirá que o cérebro da menina Carlota não é igual ao do seu colega ao lado e que cada massa cinzenta tem potencialidades em áreas diferentes - logo porque insistir em que só existe um modo de aprender, com evidentes consequências negativas para os que não se encaixarem nesse método? Chamarem burras a crianças de cinco e seis anos é uma coisa que me arrepia. Porque raio não pegas na caneta como toda a gente?! Talvez, sei lá...Haja vários caminhos para a mesma coisa? Também acho que este método de reprovar alunos é ineficaz - esta é polémica eu sei - mas não vejo qual o benefício de manter um aluno a aprender o mesmo ad eternum...