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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Uma questão de bater

Há uns tempos fiz um post sobre disparates que as pessoas dizem quando o assunto é igualdade - para não ficar um post gigante tive que me cingir ao tipo de coisas que encontro mais vezes, mas todos os dias surgem novos "argumentos". Há um muito giro que não acrescentei e que é este: então mas um homem não pode bater numa mulher, mas elas sim...E depois querem igualdade?" também nesta versão: "igualdade? Então posso dar-te um soco no nariz?". Se num vídeo qualquer aparece uma mulher a pregar um estalo no namorado - como se costuma ver nas novelas - alguém vai dizer isto, é certo como os impostos. Quando se tornou conhecido o triste caso da Figueira da Foz a primeira notícia que encontrei tinha este cabeçalho gigante: "Imaginem a indignação se fosse uma rapariga!". Primeiro não sei porque agem como se bater numa mulher fosse um acontecimento que provocasse a comoção geral ou que não ocorresse em base regular. Acho que uns bons 90% do planeta estão-se nas tintas para isso e os outros 10% têm ideias meio estranhas sobre o assunto...

 

 

 

E depois se pesquisassem um nadinha saberiam que igualdade não tem nada que ver com violência gratuita - se naquela situação estivesse uma moça seria muito errado à mesma. Ou seja: não interessa se quem leva é uma mulher, um homem ou um habitante do planeta Zartron-9. Não me batas porque sou uma menina - errado. Não me batas porque antes de tudo sou um ser humano. Se alguém está numa relação em que cristaleiras e insultos voam pelo ar a maior parte do tempo então devia acabar e pronto - infelizmente relações destas são muito romantizadas. Aliás, sou a única a achar que a maior parte das novelas, para pegar num exemplo, fartam-se de repetir estereótipos horríveis? Há a boazona interesseira, a vilã ambiciosa que nunca tem uma relação porque é insuportável e está sempre a querer matar ou roubar os filhos dos outros (se tivesse alguém que lhe puxasse as cuecas para baixo mais vezes de certeza que lhe passava logo a ideia de querer ficar com as empresas não é?), a heroína que é sempre doce e maternal sem variação, and so on...

 

Manifesto o meu desagrado perante isto e também perante o facto de terem mudado o horário da novela Mulheres que dava ao final da noite na TVI: era minimamente interessante e eu não desgostava. De longe melhor do que as que passam antes. Anyway, forçar a vossa namorada é errado e dar um estaladão no vosso namorado também - isto devia ser ponto assente não? Acho que há pessoas que não gostam muito da ideia de haver respeito por todos seres. E que obsessão é esta por andar ao murro? Porque é que se fala no assunto e é-se logo ameaçado disto e aquilo? Parece também que algumas pessoas olham para a igualdade como uma espécie de fim do mundo, tipo cena apocalíptica: gente ao murro, mulheres a castrarem homens a sangue frio, prédios a desmoronar...E depois chegam os habitantes do Zartron-9 e arrasam com o que resta.

 

Book Lover Problems - XVIII

 

Aquele momento em que estou a ler um livro de um autor que gosto muito e me lembro que não tenho outro na estante e que nem sei quando vou ter...Aconteceu há pouco tempo: estive a ler um livro que trouxe da FL - The Dogs Bark do Truman Capote - e nas páginas finais lembrei-me que se calhar devia abrandar para aproveitar melhor. O preço é aquele impeditivo, mas também acontece só existirem edições antigas de certos títulos ou não existirem de todo. Com sorte encontra-se um ou dois títulos e o resto tudo esgostado. Pode isto gente? Só comprando em segunda mão e é preciso andar à procura do que aparece. Implica um grande hiato entre a leitura de um livro e outro. Outro resultado, acho que já falei dele aqui, é que a minha estante fica a parecer uma manta de retalhados porque cada livro é de uma nação diferente. Felizmente não é coisa que me chateie muito...Agora também tenho uma lista de livros que já li mas que quero ter em papel. Vejamos alguns: Bell Jar da Sylvia Plath - não tem tradução; On the Road - há uma tradução que custa vinte euros; As Virgens Suicidas - está esgotado; Catch - 22 - existe, vi na FL mas já não fui a tempo de lhe deitar a mão! Uma tristeza isto...No fundo sou uma snob, até parece que os romances coloridos que enchem os escaparates da Fnac não serviam bem, só tenho o que mereço.

Mulheres na Ciência

Há uns tempos encontrei uma página sobre mulheres cientistas e guardei algumas imagens que lá estavam...Nunca mais me lembrei delas até que no Fim-de-Semana fiz uma incursão à minha pastinha e achei que era algo a ser partilhado. A verdade é que muitas vezes encontro gente por essas interwebs que acredita realmente que laboratórios e mulheres são universos opostos: houve uma eminência que disse que a ciência é rapazes a mexer em brinquedos. Permitam-me discordar:

 

 

Hooper foi a primeira mulher a conseguir o doutoramento em matemática na Universidade de Yale em 1934. Em 1942 entrou para a marinha onde ajudou a programar o Mark I - o primeiro computador electromecânico automático de larga escala. Pioneira no processamento de dados, ajudou a criar o COBOL (common business-oriented language) - uma linguagem de programação que ainda é utilizada hoje

 

 

Em 1952 Franklin conseguiu imagens do DNA utilizando o Raio X. Uma delas - a foto 51 - mostrava a estrutura de dupla hélice. Sem autorização o seu colega  de laboratório Maurice Wilkins (que pelas costas a chamava de bruxa) apropriou-se da foto e mostrou-a a James Watson e Francis Crick. No ano seguinte eles publicaram a descoberta da dupla hélice na revista Nature sem citar o trabalho de Franklin e os três ganharam o prémio Nobel. Só em 2000 Watson reconheceu que nunca teriam chegado a esta descoberta sem Rosalind. Hoje ela é reconhecida como mãe do DNA

 

 

Mayer nasceu em 1906 no Império Alemão, aos 24 doutorou-se pela universidade de Göttingen e no mesmo ano partiu para a América onde trabalhou por décadas sem ser paga. O seu marido chegou mesmo a ser despedido da universidade Johns Hopkins porque o reitor considerava uma afronta a presença de Maria no laboratório. Os seus estudos permitiram compreender as propriedades magnéticas nos núcleos, conhecimento esse que é a base das ressonâncias magnéticas usadas hoje na medicina. Ganhou o Nobel da Física em 1963

 

 
 Em 1954 Rubin concluiu que as galáxias se aglomeravam em vez de se distribuírem aleatoriamente no universo. Elas formam blocos chamados Galaxy Clusters - termo que hoje é amplamente usado. Em 1965 tornou-se a primeira mulher a ter acesso aos telescópicos do Observatório Palomar - até meio do século muitos institutos ainda proibiam as mulheres de usar os instrumentos científicos. Mais tarde notou que os corpos celestes nas bordas das galáxias se moviam tão rápido que deviam ser projectados, mas em vez disso continuavam agrupados - tinha que existir mais matéria do que aquela que se conseguia ver. Pelo meio ainda criou quatro filhos.

 

 

Meitner nasceu em 1878 em Viena. Conseguiu entrar na Universidade em 1901 e doutorar-se 5 anos mais tarde. Depois foi para Berlim onde trabalhou com o químico Otto Hahn: ela estudava as propriedades físicas das substâncias radioactivas e ele as propriedades químicas. Conseguiram progressos na área da física nuclear e em 1938 descobriram o fenómeno que chamaram fusão nuclear. Só Hahn foi premiado por esta descoberta, erro nunca reconhecido pelo comité.

 

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Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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