Ilustres desconhecidas - I
Como disse no post anterior achei que seria interessante abrir uma rubrica tipo factos do dia mas só sobre mulheres e bem pensado melhor feito. Aqui está uma das minhas preferidas: Elizabeth Jane Cochran, mais conhecida por Nellie Bly, nascida a 5 de Maio de 1864 na Pensilvânia. Foi uma dos pioneiras do jornalismo de investigação - Quando tinha perto de 20 anos ela leu num jornal, Pittsburg Dispatch, um texto machista que dizia que o lugar das mulheres era em casa a cuidar da prole e que o trabalho feminino era monstruoso. Impressionado com a carta irada que ela escreveu em resposta o editor pediu-lhe uma reportagem. E a seguir contratou-a. Apesar de as senhoras apenas poderem escrever sobre moda e sociedade, Nellie escrevia sobre as más condições das fábricas, a falta de oportunidades para as mulheres e a disparidade de salários entre sexos. Quando o jornal a quis remeter aos assuntos femininos ela despediu-se e foi para Nova York onde conseguiu trabalho no The New York World, o jornal amarelo do famoso Pulitzer. As suas reportagens logo fizeram grande sucesso: ela fingiu-se de louca para conseguir entrar num asilo e expôs as condições dantescas do lugar, trabalho que resultou num livro - Ten Days in a Mad-House - e em diversas melhorias no sistema de gestão dos asilos da cidade.
Também conseguiu infiltrar-se em fábricas, numa prisão, expor políticos corruptos entre outros. Em 1889 ela propôs-se a bater o famoso Phileas Fogg de Verne e dar a volta ao mundo em menos de 80 dias. Partiu com duas malas e nenhum homem e voltou 72 dias, 6 horas, 11 minutos e 14 segundos depois. Ela correu contra Elizabeth Bisland que era igualmente uma jornalista de sucesso e defensora dos direitos femininos. E que também conseguiu bater a conhecida personagem ao completar o percurso em 76 dias. Ambas as viagens acabaram em livro: Around The World In Seventy-Two Days e In Seven Stages: A Flying Trip Around The World respectivamente. Nellie deixou o jornalismo depois de casar mas voltou a tempo de ser a primeira americana correspondente de guerra, que entretanto tinha rebentado na Europa, e de cobrir convenções feministas em 1913. Continuou a escrever até à sua morte em 1922. Outros feitos seus podem ser conhecidos no site nellieblyonline.com que foi de onde tirei algumas das informações.