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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Silêncio...

wook2014.jpg(tirei daqui)

 

Por todos os bons livros que não estão editados neste país; os que nunca serão; os que foram editados mas de forma tão discreta que passaram incógnitos pelas prateleiras e que agora estão a apodrecer num armazém; por aqueles que tirei do fundo das ditas prateleira e coloquei em cima para ficarem visíveis (fiz isto uma ou duas vezes); os que já foram destruídos; por aqueles que conseguiram chegar aos escaparates entre planícies de lixo uniformizado e os que nunca serão comentados em nenhum blog literário porque não são oferecidos pelas editoras. Incluo também aqueles que por algum capricho do acaso - desconhecimento, escolhas - nunca irei ler. Um minuto de silêncio. No fundo é a lógica de mercado que como em tudo paira acima de qualidades e gostos pessoais. Quando andei a pesquisar o resto do top enganei-me e coloquei livros mais vendidos em 2024...Será que ainda vamos ter obras do Gustavo Santos no top ou a humanidade já terá ido pelos ares?

 

Segunda-Feira: pensamentos doces

tumblr_nfm9wzFMfl1rg0tuzo1_500.png (Emma Watson)

 

O Pinterest é um sítio que tende a deprimir-me. Está cheio de coisas que nunca vou conseguir fazer: biscoitos com excelente aspecto, marcadores de livros...Tirei de lá algumas ideias quando me apeteceu aumentar a colecção, mas é escusado dizer que não ficaram como nas fotos. Creio que toscos é a palavra certa para os definir. Há dias encontrei lá imagens daquelas agendas tipo moleskine (não percebo as pessoas que só usam estas agendas, as outras não servem?) que o pessoal decora com desenhos, colagens, bilhetes...Acho que aquilo fica muito giro, ainda para mais adoro cadernos e agendas. Quando vou comprar algum fico sempre com pena de não poder trazer logo uma meia dúzia. Mas lá está o problema: não tenho qualquer talento para desenhar ou para trabalhos manuais...É frequente nem conseguir perceber a minha própria letra. Deve haver um eu que impede que os restantes fiquem traumatizados ao reler os textos. Em compensação nunca tinha de levantar o braço quando num grupo alguém perguntava quem tinha a letra bonita e como tal furtava-me sempre a ter o trabalho. É injusto ter ideias mas nenhum modo de expressa-las, de maneira bonita pelo menos...E não há nenhum departamento a que se possa fazer queixa. Desculpe, mas não indemnizamos pessoas com defeito de fabrico. Entretanto continuo a ler o livro YA que falei no post anterior, não me apetece acabar, um clássico muito bom embora com uma letra muito miudinha e um outro do mesmo autor do Clube de Combate - a personagem principal atende chamadas de pessoas prestes a cometer suicídio e enquanto vai tentado cozinhar (passar um costeleta por farinha por exemplo) diz para elas se matarem de uma vez...Entre outras situações hilariantes. Também é preciso ler livros assim às vezes.

 

Ainda sobre livros YA

Não tenho problemas com nenhum género de livro, não do tipo de não ler porque parece mal ou porque se trata de literatura considerada menor. Se me agradar a sinopse experimento e depois logo se vê. Também gosto de coisas menos convencionais tipo contos, ensaios...Claro que por causa das restrições de orçamento não posso andar a ler tudo o que me apetece. Leio sobretudo romances e é estranho que muita gente diga que não lê isso, pois é para ai noventa por cento do que se publica - quererão dizer que não gostam de romances românticos? Então achei que não estava demasiado velha para experimentar young adult, fosse lá isso o que fosse. Também já tive dezassete anos...Não foi uma experiência de leitura muito prazerosa - para começar não percebo muito bem qual o propósito da existência deste género ou sub-género. Quando eu era miúda não havia esquisitices: se era livro, objecto com letras impressas e folhas, era para ler. Depois muitos parecem assentar nas mesmas premissas, não sei se já falei disto aqui, a saber: a) uma personagem masculina incrivelmente encantadora; b) uma personagem feminina incrivelmente apagada; c) a personagem incrivelmente encantadora transforma para melhor a vida da personagem incrivelmente apagada; d) eventuais semelhanças com o Crepúsculo; e) eventualmente uma boa história base que não é aproveitada. Esta última é especialmente irritante seja qual for o tipo de livro...

 

A propósito disto ganhei há pouco tempo dois livros, um foi O Oceano no fim do Caminho que achei assim assim e outro é um young adult em que todas as premissas enunciadas acima se estão a verificar incluindo a última e vai até para além disso: a personagem feminina mal articula frases. Não sei se deva ter esperança que ela fique mais proactiva com o avançar da narrativa ou que a própria narrativa ganhe algum fôlego...A ideia de base até é interesse, envolve viagens no tempo. Não parece que os autores percam muito tempo na construção de certas personagens - esta personagem está perfeita, as garotas vão adorar...Wait, acho que me estou a esquecer de alguma coisa. Ah sim falta a outra parte. Não estou a dizer que escrever é fácil longe disso, é a sensação que dá porque é tudo tão chapa cinco. O ano passado tentei ler um em que logo no primeiro capítulo uma moça levava uma estalada: era uma cena tipo bate-me que eu abro. A sério gente que é isto...Preferi ficar na ignorância do que ia acontecer a seguir. Gosto da ideia de duas personagens que são um acidente e quando se juntam resulta num mega acidente (ironicamente o único YA que acho que gostei realmente foi o Warm Bodies. O herói come o cérebro do namorado da heroína...Como não amar?), mas talvez isso não seja muito educativo.

 

Não se podem juntar por exemplo dois nerds, tem que haver sempre alguém que é mais normal e há sempre um que tem de se sentir mais grato. E as personagens femininas só são feias na medida que ainda não encontraram aquele tipo que as elogiasse...E que tal uma heroína baixa e de aparelho nos dentes? Que fique assim até ao final da estória? A nível de contacto íntimo parece haver uma dualidade: há livros em que é um regabofe enquanto noutros a questão é simplesmente obliterada. Nunca deixo de me espantar com o conservadorismo moral de algumas coisas que têm sucesso. Bem, se há mulheres que dizem querer um Grey nas suas vidas, quem pode censurar as garotas por gostar de certos livros? Talvez seja mesmo um problema de compreensão, aliás não consigo perceber isto das classificações no geral - young adult, old adult...O The Catcher in the Rye é YA? Devíamos parar de arranjar rótulos e deixar a miudagem ler de tudo. E se os autores deixassem de repetir até á exaustão os mesmo modelos também era bom - Também há tipos que são tímidos e miúdas que têm opiniões formadas ok? É isto e os romances que dizem na capa que são para senhoras...O Marketing não perdoa.

Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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