2015 no feminino
Tal como o ano passado, também este decidi fazer um post com alguns exemplos de mulheres que se destacaram. Digo alguns porque mencionar todos implicaria dividir o post em quatro ou cinco...Para começar temos a fantástica lista do BuzzFeed: 17 badass womem you probably didn´t hear about in 2015. Inclui as 57 raparigas que conseguiram escapar ao Boko Haram e voltar à escola; Tu Youyou, chinesa galardoada com o prémio Nobel da medicina pela criação de um fármaco contra a malária e a primeira unidade de combate à caça furtiva constituída só por mulheres na África do Sul. Também: a Croácia elegeu a sua primeira presidente, na Arábia Saudita as mulheres podem finalmente votar e ser eleitas - 17 já foram. Nos EUA elas passaram a ter acesso a todos os postos militares (e de lá chegou igualmente a notícia de que a cadeia Target decidiu acabar com a distinção de género nos brinquedos), o Canadá tem agora o primeiro governo igualitário do mundo: o governo de Justin Trudeau é composto pelo mesmo número de homens e mulheres (e não só); Svetlana Aleksievich ganhou o Nobel da literatura - são agora 14 as galardoadas com este prémio. O nosso cantinho não fica de fora: temos cientistas (uma das quais recebeu o prémio jovem investigador de 2014); campeãs de padel e até uma "sushi woman" - a primeira por cá. Mais histórias que fui vendo ao longo do ano:
Nasima Akter de 18 anos é a primeira surfista do Bangladesh. Aos 7 anos foi expulsa de casa por recusar a se prostituir para ajudar nas despesas - encontrou abrigo numa comunidade de surfistas que lhe ensinaram o desporto e em pouco tempo já estava a bater surfistas mais experientes em competições locais. A sua história invulgar chamou a atenção de um realizador americano que fez um documentário sobre ela chamado The Most Fearless
Brittney Exline é a mais jovem engenheira afro-americana - aos 19 anos tornou-se bacharel em ciências da computação pela universidade da Pensilvânia (uma das escolas da prestigiada Ivy League) e foi também a mais jovem afro-americana a ser aceite por esta instituição, quando tinha 15 anos. Além de engenharia, estudou matemática, psicologia e humanidades, fala fluentemente várias línguas e já participou em concursos de beleza
Quando ouviu a mãe dizer que iria ter de se casar, Sonita Alizadeh de 16 anos fez um vídeo (gravado clandestinamente) em que cantava uma música rap a que chamou "Filhas à venda": uma tentativa desesperada para fugir a uma realidade que afecta milhões de meninas em todo o mundo. O vídeo colocado no Youtube chamou a atenção de uma ONG que lhe conseguiu uma bolsa para estudar na América. Agora pretende continuar a gravar músicas sobre os direitos das mulheres
Georgia Page disputava um jogo de rugby de um campeonato universitário quando um choque com outra jogadora lhe partiu o nariz. Em vez de sair do campo ela continuou a jogar até o árbitro se dar conta do sangue. Voltou no segundo tempo e ajudou a equipa a ganhar. A história tornou-se viral e Page ganhou até o apelido de deusa da guerra. Ela espera que a visibilidade do caso motive outras raparigas para este desporto, infelizmente só os jogos masculinos foram transmitidos pelos canais
O fotógrafo Asher Svidensky passou meses nas montanhas da Mongólia a documentar o Berkutchy - a arte de criar uma ave de rapina destinada à caça. É praticada há centenas de anos apenas por homens, mas Svidensky encontrou uma das poucas excepções ou mesmo a única: Ashol Pan de 13 anos. Depois de o irmão partir para o exército Ashol ficou com a missão de treinar as águias douradas: o caçador tem de desenvolver uma relação de confiança com a ave que pode chegar aos 12 quilos, numa região onde no Inverno a temperatura chega a ser de - 40 graus durante a noite
Kiran Gandhi preparava-se para a sua primeira maratona quando na noite anterior viu que estava com período: face a isso tomou uma decisão arriscada - correr a sangrar livremente sem tampão. Todas as 26,2 milhas da maratona de Londres que acontece em Abril. Kiran, que é baterista da artista M.I.A., quis protestar contra as ideias sexistas que obrigam as mulheres a esconder que estão menstruadas e lhes infligem sentimentos de vergonha e também alertar para o problema de muitas mulheres no mundo que não têm acesso a produtos de higiene