Não sei se já disse aqui, mas gosto de comprar livros pela net. Depois do post anterior em que falei do meu gosto por livros incompreensíveis seria mais coerente dizer que só compro em livrarias especializadas e assim, mas basicamente compro em qualquer sitio onde haja livros a bom preço. Uma pessoa tem de se safar como pode...Em poucos cliques é possível encontrar uma boa variedade de livros a preços acessíveis, como não sou muito de novidades literárias (outra vez a ser pedante...) não é difícil encontrar algo que me agrade embora também se encontrem livros recentes que o pessoal mete á venda depois de ler. É um dos efeitos da crise parece-me: as pessoas tendem a livrar-se mais facilmente do que não querem, ou então não têm alternativa - móveis, livros, roupa...E claro não tenho de sair de casa. Mas não gosto de esperar...Neste aspecto nada bate uma compra física, sair da loja com o saquinho. Não tenho tempo de me arrepender da compra, por exemplo, e não tenho de me preocupar se ela vai parar ao Congo, sendo que o vendedor não se vai responsabilizar se ela for lá parar. Penso sempre no pior cenário...A melhor parte é abrir o pacote, o que soa um bocado ridículo porque já sei o que lá está mas é como se não soubesse, nunca lhe toquei. Sou tipo as crianças, faço um grande alarido como se fosse Natal...Espero que as lojas físicas nunca desapareceram, embora me pareça que isso vai acontecer um dia, porque detesto esperar mesmo com as outras vantagens. A encomenda devia aparecer suavemente á porta assim que é feito o pagamento...
...de gostar de me armar em intelectual. Há uns tempos encontrei um livro do Lobo Antunes, acho que já fiz referência a ele num post anterior é o Ontem Não Te Vi Em Babilónia, em promoção e comprei. Como nunca tinha lido nada dele, tirando as crónicas da Visão, pareceu-me uma boa oportunidade. Quando cheguei a casa e comecei a pesquisar coisas na net - bons tempos esses em que decidíamos ver ou ler algo sem precisar da opinião de ninguém - constatei que muita gente o tinha achado chato e praticamente incompreensível e o meu entusiasmo decresceu...Entretanto algures na semana passada lá lhe peguei: li vinte páginas, não percebi nada, voltei a atrás, li de novo e agora já vou a mais de meio. Não acho que seja só uma leitura para sobredotados...Naturalmente não é algo para se ler de rajada, mas como em muitas outras coisas é um pouco uma questão de hábito. Os primeiros capítulos custam sempre depois vai-se entretanto na história, ou melhor nas histórias: três personagens que durante uma noite contam a sua vida, feita de perdas e tragédias. É triste mas bonito ao mesmo tempo...Ás vezes tenho de fazer uma pausa tal é a intensidade das imagens que o autor construi. Também tenho apreciado a falta de linearidade da narrativa, embora dificulte um bocado no início, pois as personagens estão a falar de memória que é uma coisa tudo menos ordeira. Quantas vezes nos lembramos de uma coisa e depois de outra e outra aparentemente sem relação entre si? Há uns anos estava no sofá a ler com o rádio ligado e de todas as músicas que ouvi houve uma que ficou para sempre associada a esse livro. Porquê? Não faço ideia. Voltando ao Não te Vi, fiquei a reflectir nisto de estar a gostar...Penso que atingi um novo patamar ao nível do ser intelectualóide: ler Lobo Antunes e ficar com vontade de repetir. E olhem que até fiz um certo esforço para não gostar. Já não bastava gostar do outro que não usa travessões...Se usasse toda gente poderia ler como não são livros apenas para super inteligentes. Estou, talvez, um pouco mais próxima desse Olimpo onde estão esses seres que escrevem textos metafísicos disfarçados de críticas literárias e que só alguns têm a honra de perceber. Imagino-me lá em cima a olhar para vocês com os vossos romances pós apocalípticos e outras tretas de ficção cientifica...Se visse alguém a ler as cinquentas sombras fulminava-o com um raio. Que sonho! É difícil não fazer julgamentos sobre o que cada um lê - nerd, Maria vai com a outras, com a mania...Mentia se dissesse que não existem livros que acho uma porcaria autêntica. O que não falta para aí são livros maus, mas não me importa realmente se vocês derivam prazer disso contando que não me chateiem...Agora com licença que vou só ali ler a Ilíada no original.
Fui novamente desafiada, pela Alexandra do Deixa Para Depois e pelo António do Perhaps não são ervilhas!, para responder a umas perguntas acerca da minha pessoa. Quem quiser responder também esteja á vontade. Aqui vão elas:
1. O que é que não sais de casa sem?
Respostas cliché: telemóvel. Não que esteja á espera que alguém me ligue, mas porque tenho que ter horas. Dá-me uma sensação de controlo saber a quantas ando...As ilusões que a gente cria para se sentir melhor.
2. Qual é o teu animal preferido?
Elefantes e como doméstico, cães
3. Qual é o teu sapato preferido?
Em casa - descalça, aliás não percebo essas pessoas que não se descalçam assim que chegam a casa...quando muito ando de meias. Na rua - ténis ou qualquer outra coisa confortável
4. Produto de maquilhagem indispensável.
Não uso, confio na minha beleza natural...Não, apenas não tenho interesse. Imaginem levantar-me todos os dias não sei quanto tempo mais cedo para me maquilhar...Meu rico descanso. Uma vez deu-me para isso mas desisti depois de enfiar o coiso do rímel em cheio no olho...
5. Qual é o teu maior sonho?
Ah sei lá...Gostava de ter uma casinha que pudesse encher de livros e eventualmente partilhar com outro ser vivo, talvez outro ser humano ou um cão (Talvez ambos, se bem que me inclino mais para o segundo) onde tivesse o meu sossego. Dito assim soa um bocado deprimente, mas...Gostava de conhecer a Europa.
6. Qual é o teu maior defeito?
Pensar demais
7. O que te irrita nas pessoas?
Intolerância - Se não vives do meu jeito, estás errada; hipocrisia; pessoas que não fecham as portas ao sair...
8. Qual a tua comida favorita?
Bacalhau com natas, mas só se for feito pela minha mãe. No geral gosto muito de tudo aquilo que engorda e muito pouco do que supostamente é saudável. É uma chatice...
9. Doce ou salgado?
Ambos!
10. O que te deixa feliz?
dias de chuva debaixo das mantas com um livro, chocolate, música...
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