Neste momento em que estou aqui a digitar, imagino que o pessoal deve andar a aproveitar o calor para se divertir...Não toda a gente é claro, mas há sempre quem tenha aqueles planos: viajar não sei para onde; ir a determinado evento e enfim fazer coisas das quais depois não se lembrarão. Eu gostava de ser altruísta, mas ás vezes a felicidade dos outros deprime-me. Talvez também devesse sair, embora o sitio mais longe onde posso ir pelos meus próprios meios seja o parque aqui da zona e não apetece ficar sentada num banco (porra, só me falta a caixa de chocolates agora que penso nisso...). Basicamente não me ocorre um sítio para onde ir nem propriamente com quem. No entanto, há dias decidi ir deitar o meu corpinho de baleia para o chão do meu pátio com um livro e música...Não conta como sair de casa, mas pelo menos estou ao ar livre. Também é o único sitio fresco á noite, não contando com o chão da cozinha. Pode não parecer muito excitante ler á noite e não é de facto, mas neste momento é o mais perto que encontro do conceito de felicidade.
Aquele momento em que estamos a ler um livro e percebemos que o final da história não vai ser alegre. E então andamos ali ás voltas a evitar o momento crítico e a desejar fortemente que não aconteça aquilo que estamos a pensar. Acho que prefiro livros em que não consiga adivinhar o final...
Já há algum tempo que andava para escrever um post sobre o assunto, de modo que esta sugestão do inspira-me veio mesmo a calhar. Também acho que toda a gente tem algum tipo de prazer culposo, mesmo aquelas pessoas muito cinzentas e sérias na aparência (já se sabe, quem vê caras...). Afinal temos de encontrar escape em alguma coisa seja em comida ou de qualquer outra maneira mais tortuosa que a nossa mente cogitar. Compreendo que seja algo difícil admitir com medo da pressão e do julgamentos dos outros, mas não vai acabar o mundo por vermos o BB ou por termos feito o download da música pancadinhas de amor da Liliane Marise. Acho que o pessoal devia ter direito a divertir-se sem medo da opinião dos seus pares. A menos que vocês retirem prazer de cortar gente aos pedaços como o Dexter. Não exageramos...Ora eu tenho vários prazeres que podem ser considerados guilty: chocolate com avelãs; séries de terror; novelas da hora de almoço; Kesha; romances eróticos tipo Emma Wildes com lordes e duques (que ninguém me oferece, o pessoal pensa que só leio Proust); lojas de brinquedos tipo o Imaginarium, não interessa que eu já tenha passado dos vinte; farturas...Enfim, o que importa é sermos felizes não é?