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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

O Circo dos Sonhos

 

 

O Circo dos Sonhos de Erin Morgenstern

Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 464
Editor: Civilização
Preço: 14,85€
 
Neste seu romance de estreia a americana Erin Morgenstern dá-nos a conhecer um circo muito especial: Le Cirque des Rêves, ou em português o Circo dos Sonhos. E o que tem ele de especial? Nunca abre de dia. Apenas ao cair da noite, fechando de madrugada. Nunca é precedido de qualquer aviso: um dia simplesmente aparece e alguns dias depois desaparece da mesma forma misteriosa. É todo a preto e branco, sem nenhuma cor mais e não tem uma só tenda, mas várias aglomeradas. E dentro de cada uma destas tendas acontecem coisas mágicas e únicas: pode-se passear em jardins de gelo, voar, recordar memórias perdidas no recanto da mente…Só que enquanto os visitantes se deslumbram, nos bastidores decorre uma batalha mortal entre os dois mágicos responsáveis pelo circo: Celia e Marco, treinados desde pequenos pelos seus mentores para se defrontarem. E penas um pode sobreviver. Mas quando amor nasce entre os dois, as coisas começam seriamente a complicar-se…
 

Erin Morgenstern presenteia-nos assim com uma história repleta de magia e feitiços que se passa noutra dimensão onde tudo é possível. Infelizmente, é um livro que apresenta alguns falhas em termos de escrita e estrutura...É uma pena pois a ideia em si tinha bastante potencial (e daria um belíssimo filme, já agora). A escrita não é má de todo, mas revela inexperiência e uma grande necessidade de ser aprimorada. Descrições não existem e quando a autora se digna a explicar alguma coisa embrulha-se e acabamos a saber o mesmo que antes, isto é, nada. Um circo, de uma maneira geral, é uma conjugação de sentidos: visão (os malabaristas, a multidão…); o som (os risos, a música, o silêncio no momento fatal em que achamos que o equilibrista se vai estatelar no chão…) e o cheiro claro: algodão doce, pipocas! Se a história envolve um espaço destes o autor tem de ser capaz de por as sensações no papel fazendo o leitor sentir que está realmente lá, naquele local a sentir toda aquela excitação e encantamento. A isto se chama captar a essência…E acabei por não me sentir dentro da história a maior parte do tempo.

 

Ainda que pareça um pouco picuinhas pode deixar de reparar que a autora usa uma quantidade massiva de adjectivos acabados em “mente” que não têm grande utilidade e que repete muitas vezes as mesmas ideias. Em termos de estrutura a narrativa não é linear, por exemplo, há um capitulo que se passa em praga em 1894, depois passa para Massachusetts em 1902, volta para 1894 e os seguintes três ou quatro capítulos são em 95. É uma grande confusão…O tempo da acção é lento. Praticamente não se passa nada durante mais de metade do livro e só nos últimos capítulos a história ganha folgo.

 

Outro ponto que notei é que há algumas lacunas na história: Célia e a Marco tem de lutar um contra o outro devido a uma aposta feita pelos seus mestres, mas nunca se chega a perceber a que propósito a que esta aposta vem e quando é que começou, aliás não se sabe quase nada das personagens a não ser das principais, ou seja, as personagens secundárias vão aparecendo assim do nada. É uma pena que não haja melhor aproveitamento, por exemplo, da contorcionista Tsukiko (a minha personagem preferida já agora). Mais uma lacuna: as lições que os jovens mágicos receberam antes de se encontrarem. Sabemos que eles tiverem lições de magia, mas em que consistem concretamente ficamos sem saber. Conclusão: É um livro com uma excelente ideia de base que acaba prejudica pela inexperiência da autora, mas não deixa de ser uma história agradável e boa para exercitar a imaginação. Como se trata do primeiro livro de Erin Morgenstern e é de supor que estes aspectos menos bons, nomeadamente os estilísticos, serão melhorados. É uma autora a seguir. 

 

Post 300 e um esclarecimento

 

 

Pois é...Este é o tricentésimo post deste blog e achei que era boa altura para relembrar isto: este não é um blog sério. É que tenho a impressão que algumas pessoas entram aqui á espera de encontrar artigos profundos sobre política ou textos intricados sobre a arte e a vida. Bateram na porta errada: não há cá disso. Há desabafos, mais ou menos exaltados, músicas da Shakira ou de outra cantora pop qualquer, quotes da Mulan, e sim, artigos de opinião mas escritos da forma que me apetecer. É....Eu basicamente publico aqui o que apetece e nada mais. Não levo isto demasiado a sério...Talvez por isso não tenho problemas com quem comenta aqui: podem ser novos ou nem tanto, deixar uma linha de comentário ou várias. Sejam bem vindos todos!

 

(Tenho muito jeito para ilustrar posts, diga-se de passagem...)

O mais irritante nas greves da CP

Não sei se acontece em todas as estações, mas naquela onde eu saio todos os dias quando há greve passa de cinco em cinco segundos uma gravação nos altifalantes que é a coisa mais estúpida e irritante que há. Já me tinha apercebido da sua existência, mas ontem estive tempos infinitos á espera de um comboio e ouvi esta maldita gravação umas 3479 vezes...Só me apetecia atirar uma pedra ao altifalante...A sério, não é suficientemente mau estar ali a secar á espera ainda gozam com a cara do pessoal? É qualquer coisa como isto: senhores passageiros informamos que por motivos de greve na (pausa de alguns segundos para criar suspense) CP, estão a ocorrer perturbações. Lamentamos a demora nas reposições e agradecemos a compreensão. Recordamos que a REFER é alheia a esta situação.

 

Ora, vejamos: "por motivos de greve..." a sério? Estive uma eternidade na estação de pé, visto que os bancos estavam todos ocupados, e nem me tinha apercebido que havia greve...Mas é sempre bom relembrar aqueles utentes mais distraídos que podem pensar que os comboios....Foram abduzidos por aliens! "Estão a ocorrer perturbações", bem eu não diria que passar um comboio de hora a hora seja perturbação, acho que é o caos! Sim, porque qualquer comboio que passe fica imediatamente cheio e o pessoal vai ali tipo sardinha em lata. Desconfio que os porcos vão melhor instalados para o matadouro.

 

"Demora na reposições"...Devo estar muito míope com certeza, mas não vi reposições nenhumas. A única coisa que vi foi uma plataforma cheia e umas linhas às moscas onde se podia bater uma sorna de tão poucas composições que ali passavam. "Recorda-mos que a REFER é alheia a esta situação". Olha que grande lata! culpa dos utentes é que não deve ser...Quando na Segunda leguei o televisor e vi que em certas estações tinham havido distúrbios pensei que as pessoas tivessem enlouquecido, afinal apenas deram vazão os sentimentos da maioria...eu própria dentro daquele comboio com a espinha toda a torta tive pensamentos perigosos. 

 

Não tenho nada contra greves que são um direito previsto na constituição, mas eu pago vinte e tal euros de passe todos os meses. Por mim podem fazer graves quando quiserem, desde que de cada vez que for recarregar o meu passe descontem os dias em que não pode usufruir do serviço. Isso é que era não? Este texto só não está cheio de impropérios, que era o que me apetecia, porque as minhas aulas não têm sistema de faltas e por isso ficar em casa ou vez por outra não faz grande diferença...Mas uma semana inteira esta luta, sem transportes alternativos? 

 

Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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