Lema para o Fim-de-Samana
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Como a maioria das pessoas deve ter reparado, já foi publicado o ranking das escolas básicas e secundárias relativo a 2012. O ano passado analisei a listagem em papel, mas este ano optei pela solução mais barata que foi ver directamente na net, embora os meus olhos não tenham achado muita piada...Entretanto nos telejornais também já passaram algumas peças sobre o assunto. Não se verificam grandes mudanças em relação ao ano passado: os colégios privados ocupam os primeiros lugares e só lá para o lugar 20 e poucos é que aparece uma escola pública. Ora, se o ano passado não me prenunciei sobre isto, agora apetece-me mesmo faze-lo porque, na minha opinião, estas listagens não têm grande credibilidade.
Para começar comparam realidades que não têm comparação possível, senão vejamos: eu andei uma escola com sei lá quantos mil alunos uns maus, uns médios e outros bons, sim porque também havia quem fosse realmente bom com direito a quadro de honra e tudo (só consegui essa proeza no último ano do secundário...), todos com diferentes origens e dificuldades, divididos por turmas de trinta e tal, sendo que cada professor tinha pelo menos três ou quatro turmas. O material (projectores, cadeiras, computadores...) era sempre escasso para tanta gente e nem sempre as coisas funcionam....Agora tentem comparar esta realidade com a realidade de um colégio com meia dúzia de alunos, escolhidos a dedo, que tem tudo á disposição incluindo professores para os ajudar se tiverem dificuldades.
Duvido que os alunos que frequentam os colégios entrem todos os dias nas salas de aula com fome por não terem o que comer em casa...Infelizmente isto acontece em muitas escolas e junte-se aos problemas de pobreza, problemas de violência, desenraizamento, etc....A minha escola não era das piores mesmo assim. Ás vezes as coisas não funcionavam como queríamos mas, por exemplo, nunca tivemos problemas graves de violência o pior era mesmo a sobrelotação.
Portanto, este ranking põem ao mesmo nível realidades completamente diferentes, já nem falo de colocarem na lista escolas de necessidades especiais que é absolutamente ridículo. Atenção que eu não tenho nada contra quem escolhe um ou outro estabelecimento de ensino, mas temos que ver que os problemas e necessidades de uns e outros não são comparaveis. Acabam-se por criar preconceitos, pois se há muito mau aluno nas públicas, também há bons alunos e bons professores...Eu pelo menos tive a sorte de ter bons professores. Também tive daqueles que se estavam nas tintas e outros que eram meio desparafusados, mas felizmente estes não eram a maioria. Com mais ou menos condições nunca chumbei nenhum ano e terminei com média para entrar na área que queria. Além de que eu não acho que montanhas de exames sejam nem de perto nem de longe a melhor maneira de avaliar os conhecimentos de um aluno, mas enfim isso outra conversa que dava pano para mangas...
Agora menos a sério, numa das peças jornalísticas que vi mostraram imagens de um colégio todo xpto com piscina e tudo...Devo dizer que na minha secundária também havia piscina. É que nosso campo cada vez que chovia ficava apto á prática de desportos aquáticos. E o material eléctrico que de vez em quando explodia também era o máximo...Mas não morremos, antes ganhamos alguma capacidade de desenrasque...
duvido que quem fez estas listagens tenha algum conhecimento da realidade, pois assim fosse não misturava alhos com bugalhos. Mas os números enchem sempre os olhos da populaça...Enfim.
Fiquei a saber ontem através do Público que foi Hilary Mantel a vencedora do prémio Man Booker deste ano, com o livro Bring up the Bodies. Em 2009 esta autora inglesa já tinha sida premiado também com o Man Booker pelo seu livro Wolf Hall, publicado no ano seguinte pela Editora Civilização com o mesmo título. Infelizmente, não me parece que este romance histórico tenha tido muita projecção no nosso país, pelo menos foram poucas as críticas referentes a ele que encontrei. Eu própria não lhe prestei a atenção devida, até que uma certa alma caridosa se lembrou de mo oferecer...A acção passa-se na época Tudor e centra-se na controversa figura de Thomas Cromwell, acompanhando a sua subida desde que ele era um simples filho de um ferreiro até se tornar a figura de Estado mais importante a seguir ao rei.
É simplesmente um dos melhores romances históricos que já tive oportunidade de ler, quer em termos literários quer de investigação e este Bring up the Bodies é precisamente a continuação. Como é óbvio estou em pulgas para que a editora portuguesa o ponha cá fora. Assim, Civilização (supondo que vão dar continuação á trilogia...Sim porque parece que a autora está a escrever o terceiro) apressa-te lá...Não digo que vá a voar compra-lo, porque a carteira não permite tais ímpetos, mas hei-de adquiri-lo com certeza. Já Agora é de referir que Hilary Mantel é a primeira mulher e também o primeiro cidadão britânico a receber duas vezes este prestigiado prémio literário de ficção.
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