Parece que o apocalipse zombie começou esta sexta
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Encontrei este mini desafio no blog Tertúlias à lareira e decidi fazer...Quem estiver interessado esteja á vontade para "roubar" :)
GANÂNCIA:
Qual é o seu livro mais caro? Uma História da Leitura de Alberto Manguel....Isto se não contarmos com os livros técnicos.
E o mais barato? tenho vários livros que custaram um euro, menos do que isso ainda não encontrei
IRA:
Á custa de muito benuron e brufen já estou um pouco melhor da gripe (obrigado às meninas que deixaram votos de melhoras :)...Com tanto tempo no ano tinha logo que ficar doente com este maldito calor...Como não me podia levantar da cama nem abrir as janelas iam sufocando...Será que nunca mais arrefece? Enfim...No domingo passado estava no youtube quando dei por mim ouvir as músicas do álbum little broken hearts da Norah Jones e acabei por não ouvir mais nada o resto da semana até porque se me pusesse a ouvir qualquer coisa muito forte a minha cabeça explodia.
Parece-me um trabalho bem diferente dos anteriores dela. Mais sombrio...A milhas do alegre e inocente Sunrise. Acho que alguém deve ter sofrido um grande desgosto...Aqui fica uma das minhas preferidas:
(Florence Welch)
Levantar ás 6 da manhã com vómitos e dores de garganta. Fazer um esforço imenso para ir à aula das 8. Chegar à faculdade e perceber que não vai haver essa aula. Novo esforço para voltar para casa. Benuron no bucho, escrever este post...E a seguir cama. E esperar por dias melhores...Os próximos anunciam-se ranhosos.
Não se sabe a origem certa do queijo (há uma lenda que diz que foi descoberto por um dos filhos de Apolo, Aristeu, Rei de Arcádia), mas pensa-se que foi inventando antes da manteiga. vários povos nomeadamente, assírios, Caldeus, Egípcios e, posteriormente, Gregos e Romanos apreciavam o queijo, do qual fabricavam inúmeras variedades e cujas virtudes conheciam, pois utilizavam-no na alimentação de soldados e atletas. Actualmente contam-se cerca de 400 tipos de queijo em todo o Mundo. Da serra, de cabra, picante, com nozes, azul, camembert, mozarella, flamengo, amanteigado, requeijão...Adoro! Ao natural, com doce, no forno, ligeiramente panado...Só não gosto do queijo derretido com aqueles fios, mas fora isso marcha de qualquer forma. Não me convidem para nenhuma festa ou casamento se não tiver uma tábua de queijos! A parte chata é que engorda...aff.
Informações tiradas daqui
Wolf Hall de Hilary Mantel
Inglaterra, 1529. O rei Henrique VIII está decido a divorciar-se de Catarina de Aragão apesar da oposição da Igreja Católica. O protestantismo alastra pela Europa e William Tyndale termina a primeira tradução da bíblia para inglês. O clima é de permanente tensão: a mais pequena suspeita de heresia e acaba-se na fogueira. Enquanto isso a peste vai matando sem piedade. É neste contexto que se destaca uma figura singular: Thomas Cromwell, um advogado ao serviço do cardeal encarregado de obter o divórcio do rei, Thomas Wolsey, Homem astuto e perspicaz, Cromwell vai-se movendo pela corte, fervilhante de intrigas onde um passo mal dado pode ser fatal, como uma sombra até que o rei repara nele…E ai começa a sua ascensão rumo ao poder. Este é fio condutor da narrativa que se inicia em 1500 quando Cromwell é apenas um rapaz de uma área pobre de Inglaterra, filho de um ferreiro, e termina em 1535 quando ele alcança o cargo de guarda-mor do arquivo, sendo nessa altura um dos homens de maior confiança do rei e um dos importantes a seguir a este.
Ao contrário do que acontece em muitos romances sobre os Tudor, aqui o foco não está direccionado para Ana Bolena nem para outros pormenores de alcova que tanto atraem alguns leitores. Hilary Mantel pegou na personagem mais improvável, a mais brutal e mais maquiavélica e recriou a história sob o seu ponto de vista. É uma personagem que não está inicialmente ligada à corte e que não tem sangue nobre ascendo através das suas próprias capacidades. Isto permite dar uma visão do funcionamento da corte real e da sociedade inglesa muito interessante, especialmente no início quando Cromwell é ainda um outsider ao serviço de Wosley. Com esta mudança daquilo que o foco tradicional, a autora consegue também fornecer ao leitor uma visão abrangente do processo de divórcio do rei, que foi muito mais complexo e não se resumiu unicamente a Ana Bolena.
Além de traçar o percurso desta personagem a autora faz também um retrato de época nomeadamente no que toca às controvérsias religiosas e politicas. Um trabalho profundo que tem todas as características que um romance histórico deve ter: é empolgante, interessante sem ser excessivamente maçudo e bem escrito. Felizmente a autora não caiu na tentação de encher a história de factos e datas, tendo restringido a acção a certo um período de anos, nem de transformar o enredo num dramalhão. Cada capítulo deixa o leitor na expectativa do que possa acontecer no seguinte: quem cai e quem sobrevive aos perigos da corte, quem sobrevive à peste, sempre presente na história…Além disso, autora fez um óptimo trabalho na humanização das personagens, nomeadamente na humanização de Cromwell atribuindo-lhe dúvidas e sentimentos que o aproximam do leitor. O rei é retratado também de forma bastante humana, especialmente nos momentos de melancolia. Podemos não estar em 1529 mas alguns sentimentos são comuns à humanidade de todas as épocas. Não se mandam pessoas para as fogueiras, mas a intolerância infelizmente ainda existe e sem dúvida que a máxima “o homem é o lobo do homem” continua actual. O passado pode sempre ensinar-nos algo e isto vê-se neste livro: decisões difíceis que têm de ser tomadas, consequências com é preciso lidar, dúvidas, ambição e queda…Wolf Hall transcende a mera narração histórica.
O debate das grandes questões é sempre intercalado com cenas de ambiente doméstico e é neste ambiente que mais se nota o trabalho de humanização de Cromwell, quando ele está à secretária a pensar nas decisões a tomar ou nas filhas levadas pela peste. Também contribui para este processo a escrita lírica da autora. Uma escrita apurada, especialmente nos diálogos onde é fácil o leitor perder-se, mas através do qual a autora cria cenas vívidas que ficam na nossa mente. Por exemplo, a cena em que Cromwell conversa com Wosley em que as velas se apagam ou a cena em que a Maria Tudor está sentada em frente à lareira apagada, na mais absoluta solidão. Wolf Hall é assim um trabalho profundo e apaixonante que explora os caminhos menos trilhados da História e que nos dá a visão de uma personagem original para a sua época e que conseguiu chegar onde poucos se atreviam…por isso pagou também um alto preço. Um prazer para qualquer leitor, especialmente para quem gosta de História.
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