Morreu a Campera
Há uns tempos falei aqui do caso da Campera, uma cadela que foi encontrada num estado de subnutrição extremo á beira de uma estrada. Desde essa altura tenho vindo a acompanhar a recuperação desde valente animal, que contra todas as expectativas começou a ganhar alguns quilos, a pedir festas e a conseguir caminhar pelas próprias patas até ao exterior da enfermaria onde ficava a apanhar solinho. Infelizmente acabei de saber através do face da UZ que a Campera faleceu. A leishmaniose, agravada pela subnutrição, comprometeu-lhe o funcionamento dos órgãos, nomeadamente dos rins...Fica a consolação que, ao menos, não morreu sozinha num beco qualquer. Ao menos nos últimos tempos da sua vida recebeu cuidados e mimos, provavelmente mais do que em qualquer outro momento. Durante umas semanas foi um animal amado, mas a vida é injustiça: leva os inocentes e deixa os monstros.
Quantas mais Camperas haverá por aí? Quando será que as pessoas tomarão consciência de que um animal não é um trapo? Tenho de confessar que a minha fé na humanidade é pouca: se abandonam os seus velhos, quanto mais um animal? Fazem muitos filmes de terror com aliens, lagartos gigantes...Mas a verdade é esta: As pessoas são o pior dos monstros.