(Como não me está a apetecer escrever mas não quero deixar este blog ao abandono partilho a última foto que tirei à estante menos instagrámavel do mundo, se eu tivesse uma conta nisso, num destes dias em que esteve sol e deu para abrir as janelas. A fila de livros por ler é que parece nunca diminuir, não sei que fenómeno é este.)
Como já contei aqui, não sou sovina na hora de classificar os meus livros. Não tenho problemas em atribuir cinco e quatro estrelas...Embora às vezes depois de fazer a lista completa com tudo o que foi lido e atribuir as respectivas estrelas, sinta que num caso ou outro posso ter sido injusta. O sistema de estrelas é um pouco redutor, por isso gosto sempre de escrever opiniões mais longas e detalhadas. Esta conversa vem para justificar que eu não gosto de bater no ceguinho, mas tenho de o dizer, no tal livro da Sarah Waters há a seguinte cena: as duas protagonistas encontram-se depois de umas chatices e estão frias uma com a outra, a seguir dizem que se amam e começam a envolver-se mas ficam frias de novo e uma acaba a dar uma chapada na cara de outra e sai porta fora. Será que sou eu que tenho dificuldade em perceber todo o espectro de emoções humanas ou isto é um absurdo? É para isto que se cria uma história com duas mulheres?
Eis alguns dos livros de autores que estou interessada em ler neste momento: Born a Crime, Trevor Noah; Giovanni's Room, James Baldwin; A Monster Calls, Patrick Ness (não sei sobre o que é, mas as resenhas são muito positivas. Há, portanto, largo espaço para desapontamento); On Earth Were Briefly Gorgeous, Ocean Vuong (também não sei sobre o que é, mas gostei do título) e um livro do ondjaki. Para não continuarem a serem passados à frente, talvez faça um mês no masculino...Imagine-se dizer uma coisa destas há quatro anos.
Para alguém que diz que gosta de livros grandes, tenho vários na estante à espera de serem lidos...Na verdade, quando era miúda o tamanho era um factor importante: como não dava para ter livros novos sempre que queria, quando chegava o momento mágico da compra a minha tendência era escolher um maior que me durasse mais tempo, por oposição a escolher um mais fino que o mais certo era ser despachado num dia. Entre os grandes em espera há clássicos, não-ficção - alguns temas duros, então decidi começar por este que prometia drama e mistério.
Infelizmente é tão fraquinho...Uma coisa que não entendo, e que tenho encontrado em vários livros, é a existência de personagens que são simultaneamente péssimas pessoas (em certos casos roçam a psicopatia) e mais aborrecidas que uma parede em branco. Que combinação é esta...Esta é uma das razões porque não gostei de livros como Normal People ou Convenience Store Woman - porque hei-de continuar a ler mais cem, duzentas páginas sobre estas pessoas? Enfim, a seguir vou ler um conjunto de contos da Silvina Ocampo - acabei por não resistir e já li o primeiro. Nem chega a três páginas mas realmente mostra que, no que diz respeito aos livros, o tamanho não quer dizer nada.
(Nem é, de todo, a pior página no que toca a anotações mas penso que usar marcadores florescentes me transposta para um novo nível de monstruosidade...Ainda por cima fiquei com pena de só ter duas cores. E é verdade, eu não tenho unhas.)
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