Livros Preços Dor
Estava a fazer a ronda pelos blogs que sigo quando encontrei alguém que dizia que ninguém morre por não ler logo a última novidade literária, isto a propósito da lei do preço fixo. Na altura não escrevi sobre o assunto porque não me ocorreu nada de jeito e porque nem percebi ao certo o que se estava a passar, pois que o pessoal ficou assim a modos que histérico. A lei não caiu do céu aos pinotes, já existia...Se era cumprida ou não: já vi livros recentes com desconto bem superior ao permitido à vista de todos em escaparates. Excelente do meu ponto de vista de leitora, mas péssimo se eu fosse dona de uma pequena livraria. Ou seja o que aconteceu foi que o crivo desta lei ficou mais apertado? Os livros lançados agora têm pouco desconto passa os 18 meses e já podem ser inseridos nas campanhas promocionais como antes não? Não é como se o preço fosse disparar ou todos os livros deixassem de estar abrangidos por promoções. Houve um tempo em que eu queria tudo o que fosse novidade e até tinha uma listinha, mas depois deixei-me disso e sobrevivi. E a prova que sobrevivemos está bem apontada no texto que linkei: quantos livros compramos para logo a seguir ficarem a vegetar décadas na estante? Alguns talvez novidades que nos parecerem sumarentas na altura?
Claro que os preços são absurdos. Acho que já contei que uma vez na secção de importados da Fnac havia as obras completas da Austen por 12 euros, enquanto nas bancas ao lado em português havia edições da Emma a 20. Mas arranja-se um jeito...Não acho que ninguém vá deixar de ler por causa disto. Também não acho que os preços tenham assim uma influência tamanha no acto de ler ou não ler. Têm na escolha de leitura, levo este e não aquele logo a experiência vai ser diferente, mas o pessoal que não costuma ler não vai a correr à Fnac só porque lá está a decorrer uma mega promoção. Não sou expert mas acho que quem não lê o faz mais porque não tem paciência, interesse, tempo...Quando acabar o livro do Jorge Amado que estou a ler agora (pimposamente usado para ilustrar este texto) não vou ter mais nenhum dele na estante e terei de ir garimpar algures. Preferia tê-los logo à mão, se bem que ir à procura também é giro...Anyway, na direcção em que seguimos já não é mau que ainda possamos ter em casa livros de qualquer espécie. E também nesse caso lá daríamos um jeito.