Enquanto isso na livraria...
As minhas idas a certas livrarias conhecidas resultam quase sempre em material para reflexão. Talvez por não ir lá muitas vezes ou porque sejam sítios propícios a acontecimentos interessantes ou caricatos...Como ver um pequeno grupo de pessoas reunidas em torno do Caim do Saramago com um ar de conspiração e a emitirem gargalhadinhas. A primeira coisa a dizer: vi o Maus! Estava lá na zona das novelas gráficas um exemplar bem escondido. Já não posso dizer que não existe nenhuma edição e que nunca lhe peguei. É uma secção da loja bem suculenta e que raramente exploro...Também havia aquela novela recente sobre a Coreia do Norte; ainda não tinha visto por cá e achei interessante.
(tirei daqui)
Não deu para ir além de pegar e folhear. Estas livrarias são, de facto, dos poucos sítios onde há livros em que me podem deixar à vontade sem perigo de gastos. Nem dá vontade: livros não traduzidos a 20 euros? É já a correr...Continuo a verificar a existência de obras que antes de serem expostas parecem ter sido guardadas na cave da tia Joaquina debaixo dos tarecos. Já viam isso pessoas responsáveis. Também não percebo esse pessoal que pega nas coisas das lojas à balda e as deixam em qualquer lado e de qualquer maneira. Devem achar que estão na sua própria estante ou guarda roupa. Situação caricata: vi uma turista a olhar para os livros com um ar confuso. Ela disse à pessoa ao lado que aqueles livros estavam em espanhol, daí pensou trinta segundos...Das várias ilações que se podem tirar daqui, destaco uma: sempre que vocês pensarem que são pessoas desorientadas, lembrem-se que há sempre alguém pior. Update: acabei de ler a Dona Flor e agora estou de ressaca literária.