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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Então, e esses preparativos...

 

...para a grande noite? Já tens vestimenta? E companhia para depois da festa e tal e tal? Nadinha. Só quero que me deixem sossegada. Detesto o ano novo: agora tens de ser uma pessoa nova! Como se não fosse mais um dia qualquer. E as promessas que ninguém cumpre? Fico mesmo grumpy nesta altura...Nas outras sou um doce. Pelo menos vocês não correm o risco de chegar aqui e ver isto transformado num baby blog neurótico (eu sei que há alguns bons ok?) ou numa coisa tipo diário da nossa relação. Se bem que eu podia inventar umas personagens para inserir aqui. Ando a pensar nisso desde o ano passado. Quem sabe...Não foi no buffet de peru em Janeiro que a Bridget conheceu o Darcy? Update de leituras: acabei o Dança, Dança, Dança do Murakami. Não é dos melhores, mas lê-se. 

 

Li um livro de terror que alguém falou aqui no blog algures: a humanidade foi quase exterminada por umas entidades que fazem enlouquecer quem olhar para elas. Os sobreviventes não podem olhar para o exterior e só podem sair vendados. Soa estranho, mas é muito bom - despachei-o num dia. Também li O Leopardo, conhecido clássico italiano: gostei bastante. Agora estou a ler outro clássico: A Leste do Paraíso. Foi outra sugestão deixada aqui, se bem me lembro. Ao fim de cem páginas parece-me mais uma sugestão de tortura...Tenho vontade de tirar aquilo pela janela. De resto, e como já contei, não me posso queixar das leituras do ano, muito pelo contrário. As quantidades deixo para quem está à espera de receber um troféu por isso. Como ando com insónias decidi por em dia os episódios do Night vale, série que amo (acabei de ver o livro na amazon e até fiquei com palpitações) e de outras que amo também. Em compensação deixei mesmo de ver TV. Vou tirá-la do quarto em breve. 

 

Os piropos (ou: nós não somos coisas)

Parece que final os piropos foram mesmo criminalizados depois de há uns tempos atrás a medida ter sido enxovalhada e alvo de piadas. Só vi agora e já deu para ler algumas coisas bem interessantes: "as gajas que não gostam é porque são umas ressabiadas"; "a culpa é delas porque andam despidas na rua"; "é uma forma de elogio"; "uma pessoa tem direito a expressar-se, especialmente se é jovem. Coitados são as hormonas"; "afinal quem é que não gosta"...E por aí vai. Não tarda vai aparecer alguma alma a dizer que os seus direitos estão a ser diminuídos. Este tipo de desculpas encontro todos os dias por essa net fora e é incrível como estão enraizadas - não, não é agradável; não, não é um elogio. Uma sugestão: façam esses "elogios" às mulheres da vossa família no próximo jantar de Natal especialmente com as crianças ao pé. Que animação! Então quando fizerem o mesmo à vossa filha de dez ou treze anos...As hormonas não são desculpa. Chamem-me idealista mas acho que somos seres humanos e não bestinhas. E posso começar a usar as minhas hormonas como desculpa ou isso só se aplica aos homens? O assédio sexual não é aceitável sobre nenhuma forma e não pode ser desculpado.

 

Não se pode continuar a aceitar uma cultura que trata seres humanos como coisas. A ideia do "deixa lá querida, de certeza que ele te colocou a mão na cintura só a brincar" não é aceitável. Aliás, chamar a isto elogio é abrir precedentes: afinal, o que é que tem mal? Tenho algumas dúvidas sobre a sua aplicação prática, mas se servir para discutir o problema já não é nada mau. Não posso, em boa verdade, perceber o que se passa na cabeça de alguém que acha isto normal: berrar coisas para um prefeito estranho no meio da rua chamando a atenção de todos sobre essa pessoa ou dirigir-se em termos impróprios a alguém sem que lhe tenha sido dado esse direito. Regrinha básica: respeita se queres ser respeitado. Mais uma: se o teu "direito" implica pisar outros, então não é um direito - a menos que vocês achem que isto é a selva. Não é incrível como a mentalidade de algumas pessoas parece parada algures? Realmente há notícias que trazem o melhor de alguns ao de cima...E sim, o assédio é condenável em ambos os sentidos, só para o caso de alguém se questionar.

2015 no feminino

Tal como o ano passado, também este decidi fazer um post com alguns exemplos de mulheres que se destacaram. Digo alguns porque mencionar todos implicaria dividir o post em quatro ou cinco...Para começar temos a fantástica lista do BuzzFeed: 17 badass womem you probably didn´t hear about in 2015. Inclui as 57 raparigas que conseguiram escapar ao Boko Haram e voltar à escola; Tu Youyou, chinesa galardoada com o prémio Nobel da medicina pela criação de um fármaco contra a malária e a primeira unidade de combate à caça furtiva constituída só por mulheres na África do Sul. Também: a Croácia elegeu a sua primeira presidente, na Arábia Saudita as mulheres podem finalmente votar e ser eleitas - 17 já foram. Nos EUA elas passaram a ter acesso a todos os postos militares (e de lá chegou igualmente a notícia de que a cadeia Target decidiu acabar com a distinção de género nos brinquedos), o Canadá tem agora o primeiro governo igualitário do mundo: o governo de Justin Trudeau é composto pelo mesmo número de homens e mulheres (e não só); Svetlana Aleksievich ganhou o Nobel da literatura - são agora 14 as galardoadas com este prémio. O nosso cantinho não fica de fora: temos cientistas (uma das quais recebeu o prémio jovem investigador de 2014); campeãs de padel e até uma "sushi woman" - a primeira por cá. Mais histórias que fui vendo ao longo do ano: 

 

 

Nasima Akter de 18 anos é a primeira surfista do Bangladesh. Aos 7 anos foi expulsa de casa por recusar a se prostituir para ajudar nas despesas - encontrou abrigo numa comunidade de surfistas que lhe ensinaram o desporto e em pouco tempo já estava a bater surfistas mais experientes em competições locais. A sua história invulgar chamou a atenção de um realizador americano que fez um documentário sobre ela chamado The Most Fearless

 

 

Brittney Exline é a mais jovem engenheira afro-americana - aos 19 anos tornou-se bacharel em ciências da computação pela universidade da Pensilvânia (uma das escolas da prestigiada Ivy League) e foi também a mais jovem afro-americana a ser aceite por esta instituição, quando tinha 15 anos.  Além de engenharia, estudou matemática, psicologia e humanidades, fala fluentemente várias línguas e já participou em concursos de beleza

 

 

Quando ouviu a mãe dizer que iria ter de se casar, Sonita Alizadeh de 16 anos fez um vídeo (gravado clandestinamente) em que cantava uma música rap a que chamou "Filhas à venda": uma tentativa desesperada para fugir a uma realidade que afecta milhões de meninas em todo o mundo. O vídeo colocado no Youtube chamou a atenção de uma ONG que lhe conseguiu uma bolsa para estudar na América. Agora pretende continuar a gravar músicas sobre os direitos das mulheres

 

 

 

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Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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