Pelo Direito de Ler
Em sequência deste post sobre livros e liberdade lembrei-me que está a decorrer na América até dia 28 de Setembro, a semana dos livros banidos (Banned Books Week) cujo o objectivo é celebrar a liberdade de ler, a liberdade intelectual e de acesso á informação. Este blog, obviamente até por que não existem fronteiras quando se fala de valores universais, apoia a iniciativa e incentiva todos a pegarem em algum livro banido se tiverem á mão ou a reler caso não tenham nenhum em lista de espera...Há mesmo muito por onde escolher. O último que li foi o Não Matem a Cotovia da Harper Lee banido algures por linguagem imprópria, cenas violentas e por promover o racismo.
Sim, há justificações do além...É só percorrer as listas dos livros banidos em escolas de diversos Estados e comprovar o nível de surreal a que se chega. Era quase divertido (proibir o quarto livro da saga Crepúsculo por ser sexualmente explicito é ouro, mas não tanto como proibir o 1984 por ser pró-fascista...), mas é sobretudo assustador...Imaginem o que os pais que pedem estas proibições ensinam aos filhos em casa! A partir do momento em que se exclui de uma biblioteca um livro por ter uma cena, por exemplo, em que uma miúda pré-adolescente toca nas mamas de outra é caso para pensar naquilo que certos pais devem andar a transmitir aos filhos por essa América e mundo em geral afora...Acho que já passamos para o século XXI há algum tempo, ou então devo ser eu que tenho uma mente dissoluta. Anyway, tinha razão o Ray BradBury quando disse que o mundo está cheio de gente a correr com fósforos na mão...
Gente, protejam o vosso direito de ler e de pensar (não foi aqui que proibiram um livro por ter uma vagina na capa?). a Coreia do Norte, para dar um exemplo conhecido, tem um sistema governamental repulsivo e creio que todos nós achamos aquilo uma demência, mas não são menos perigosas as tendências repressivas que se infiltram á socapa nas Democracias, muitas vezes disfarçadas com argumentos floreados. Todos os dias nas televisões e jornais lá estão elas...Estou cada vez mais certa que não há pior alienação do que nos tirarem a capacidade de pensar por nós próprios.