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Uma tarde no Colombo. Pesadelo. Uma bruta dor de cabeça. Um video.
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Uma tarde no Colombo. Pesadelo. Uma bruta dor de cabeça. Um video.
Jodi Picoult é, actualmente, uma das minhas autoras preferidas. Li quatro livros dela que me foram emprestados e depois nunca mais parei, só me falta Memorias Esquecidas. O meu preferido é Dezanove Minutos, mas como esse não tenho vou falar de Para a Minha Irmã, que para mim é dos melhores. Os Fitzgerald são aparentemente uma família feliz. No entanto a filha mais velha, Kate, sofre de um tipo grave de leucemia, o que leva os pais a geraram uma criança perfeitamente compatível que possa ser dadora. Anna é assim dadora permanente de Kate. Um dia os rins de Kate começam a falhar e é necessário um transplante e Anna, para espanto geral, decide por uma acção em tribunal para conseguir emancipação médica. Normalmente quando começo um livro de Picoult tenho uma posição acerca do assunto tratado (adultério, pena de morte…). O problema é que autora nunca nos mostra um lado, mas vários. Mostra-nos as várias nuances da história ou, como já li algures, todos os tons de cinzento.
Afinal as coisas não são tão lineares como pensávamos….que espécie de mãe usaria um filho para salvar outro? Que espécie mãe deixaria um filho morrer sem ter tentado tudo? Não consegui decidir-me por nenhum lado: por um lado Anna não pode ir a lado nenhum porque a qualquer momento a sua irmã pode precisar de leucócitos….mas por outro kate está morrer num hospital. Talvez o objectivo seja mesmo esse: conhecer os vários lados que existem. É um livro psicologicamente denso. Afinal estamos diante de uma família como qualquer outra. Esta é outra característica da autora: as personagens podem ser os nossos vizinhos, uns tios…podemos ser nós. A narrativa é de uma elaborada simplicidade. Elaborada porque a autora joga com os sentimentos: a dor da perda, a angústia...E simples porque todos nós nos podemos identificar com eles. Aliás, Picoult consegue “meter-se” dentro da cabeça das mais variadas personagens, mesmo adolescentes (Jodi é mãe de três filhos). Se bem que na minha opinião é extraordinária a transmitir as angústias das mães, sempre humanas e sempre com uma capacidade inesgotável de lutar. As técnicas de narrativa diferem de livro para livro, a que me agrada mais é a usada neste: presente intercalado com o passado. A narrativa sempre no presente torna-se um pouco aborrecida (como aconteceu em Frágil). As partes que o menos gosto é a dos tribunais, embora alguns advogados sejam deveras originais….penso que todas as obras metem tribunais, à excepção do décimo círculo (o primeiro que li e o que gostei menos, em retrospectiva).
O final deste livro é inesperado, mas acho que está muito bem escolhido. Tinha de ser uma das irmãs…outra coisa engraçada de Picoult é que sempre há algum tema subjacente a todo o livro: em Compaixão eram as flores, em Frágil os doces, aqui neste é o fogo. Algumas personagens tem, decididamente, umas profissões muito interessantes…Um livro que aconselho vivamente! Quanto ao filme, eu fui vê-lo ao cinema e não gostei. Aquilo são pedaços da obra colocados ao acaso, além disso o final foi mudado…mesmo assim a parte da praia está linda.
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