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Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Desabafos Agridoces

"Enfim, bonito e estranho, desconfio que bonito porque estranho"

Eu, Leonor Teles, A Dama Maldita

 

Eu, Leonor Teles, A Dama Maldita de María Pilar Queralt del Hierro  

Edição/reimpressão: 2006

Páginas: 212

Editor: Esfera dos Livros

Preço: 16,66€

 

Conhecida como flor de altura, por aqueles que se perderam nos seus encantos, a dama maldita, por aqueles que viam nela uma intriguista adúltera. María Pilar Queralt del Hierro decide “pegar” na controversa figura de Leonor Teles e contar a sua história desde o seu nascimento em Trás-os-Montes, até à prisão em Valhadolide. Pelo meio, um interessante fresco da sociedade portuguesa em convulsões constantes e do ambiente da corte, uma pequena Sodoma que fervilhava de intrigas.

 

Leonor Teles de Menezes nasceu em 1350. Aos quinze anos casou com João Lourenço da Cunha, senhor de Pombeiro, mas eram voos demasiados baixos para a dama falcão. Um dia ao visitar a sua irmã, na corte, atrai a atenção do rei D. Fernando I, nono rei de Portugal, de cognome o formoso (1345 -1383), com quem casa após a anulação do casamento anterior. Têm vários filhos mas à excepção de D. Beatriz, morrem todos na infância. Apesar das suas tentativas para fazer a filha chegar ao poder esta acaba por ser afastada em favor de D. João, mestre de Avis. Leonor acaba, por ordem D. João I de Castela, presa em Valhadolide, onde falece em 1386.

 

D. Leonor não era bem vista pelo povo devido ao seu anterior casamento e ao relacionamento que manteve com o Conde de Andeiro. Mesmo textos encontrados hoje utilizam vocabulário que denigre a sua imagem. É verdade que era uma mulher calculista, mas este livro não mostra só esse lado. Mostra-nos também uma mulher com uma visão estratégica e inteligência pouco comuns para a época e com uma capacidade de decisão que excedia a do seu marido (que gostava mais de ver a irmã a tomar banho do que governar…). Era uma mulher demasiado forte em tempos demasiado conturbados.

 

Este é um livro que se lê num sopro: não é grande nem está sobrecarregado com datas e factos. O estilo da autora é sóbrio, porém acessível. Eu gostei bastante, até porque não conhecia esta rainha. O único aspecto negativo é que algumas datas na árvore genealógica que abre o livro e nas páginas que apresentam as personagens não estão correctas. No entanto, não me parece que a narrativa seja prejudicada por isto. Licenciada em História Moderna e Contemporânea, María Pilar Queralt del Hierro foi docente de História de Espanha Contemporânea na Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Autónoma de Barcelona. É editora, escritora e documentalista especializada em iconografia. Tem editado em Portugal, além da obra citada, Memórias da Rainha Santa e Inês de Castro.

 

Quem Escreve Aqui

Feminista * plus size * comenta uma variedade de assuntos e acha que tem gracinha * interesse particular em livros, História, doces e recentemente em filmes * talento: saber muitas músicas da Taylor Swift de cor * alergia ao pó e a fascistas * Blogger há mais de uma década * às vezes usa vernáculo * toda a gente é bem-vinda, menos se vierem aqui promover ódio e insultar, esses comentários serão eliminados * obrigada pela visita!

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